Bolsa brasileira acompanha recuperação externa enquanto investidores monitoram cenário fiscal doméstico.
O Ibovespa encontra suporte quando fatores externos e internos se combinam em direção positiva, como a valorização das commodities e o recuo nos rendimentos dos Treasuries americanos. Esse movimento tende a estimular maior apetite por risco e atrair fluxo estrangeiro para a bolsa brasileira, que é uma das principais portas de entrada para investidores interessados em emergentes.
Segundo a Reuters, contratos futuros de minério de ferro negociados em Dalian frequentemente reagem a sinais de estímulos do governo chinês ao setor de construção. A expectativa de retomada da atividade industrial no país asiático acaba beneficiando empresas como Vale, Gerdau e CSN Mineração, que têm peso relevante no índice brasileiro. Esse elo entre o apetite chinês e o desempenho do Ibovespa continua sendo um dos principais gatilhos para a bolsa local.
Ao mesmo tempo, a Bloomberg aponta que a queda nos rendimentos dos Treasuries de 10 anos reduz a pressão sobre moedas emergentes, incluindo o real, e melhora o fluxo para ativos de risco. Com a percepção de que a política monetária americana pode ter atingido seu pico, investidores buscam alternativas em mercados que oferecem prêmios de juros mais elevados, caso do Brasil. Esse fator amplia o espaço para valorização da bolsa.
No plano doméstico, analistas lembram que as discussões em torno do ajuste fiscal continuam no radar. O Valor Econômico destaca que a sustentabilidade das contas públicas é um dos principais limitadores para uma melhora consistente no prêmio de risco. Assim, mesmo em momentos de otimismo vindos do exterior, o mercado mantém cautela com Brasília, consciente de que ruídos políticos podem reverter movimentos positivos.
Para os investidores, a mensagem central é de volatilidade. O Ibovespa pode seguir alternando pregões de forte alta com sessões de realização, dependendo da combinação entre commodities, Treasuries e agenda fiscal. Ainda assim, especialistas ressaltam que empresas ligadas a mineração e energia devem continuar sendo os principais vetores de sustentação do índice no curto prazo.