Expectativa de desaceleração de preços leva investidores a reduzir prêmios na curva.
O mercado de juros futuros reage de forma imediata à divulgação de índices de inflação, ajustando as expectativas para a política monetária. Quando os preços sobem abaixo do esperado, os contratos de DI tendem a recuar, refletindo apostas em cortes mais acelerados da Selic. Esse comportamento é acompanhado de perto por investidores, pois define a precificação de ativos de renda fixa e variável.
Segundo a Reuters, leituras benignas do IPCA-15 reforçam a percepção de que pressões inflacionárias estão se dissipando, especialmente em alimentos e energia. Essa sinalização trouxe alívio para vencimentos mais longos da curva, reduzindo os prêmios de risco cobrados por investidores para carregar dívidas públicas. O movimento foi interpretado como espaço para maior flexibilização monetária nos próximos meses.
A Bloomberg destacou que, além da inflação, a valorização do real e o recuo das commodities no mercado internacional também contribuem para conter as expectativas de preços. Esses fatores ampliam a confiança de que a política de cortes da Selic pode ser aprofundada, desde que não haja novos choques de oferta. O cenário, portanto, abre espaço para revisão nas projeções de taxa terminal de juros.
Por outro lado, o Valor Econômico ressaltou que a trajetória fiscal permanece como fator de cautela. Caso as metas estabelecidas pelo governo não sejam cumpridas, a percepção de risco pode rapidamente inverter a tendência de queda da curva. Isso demonstra como a credibilidade das contas públicas ainda é determinante para o futuro da política monetária.
Para investidores e gestores de fundos, a recomendação é acompanhar de perto os indicadores de preços e os próximos passos do Banco Central. A velocidade e a intensidade do ciclo de cortes dependerão de como inflação, câmbio e fiscal interagem, em um ambiente onde a previsibilidade ainda é limitada.