Prévia da inflação mostra pressão nos preços
O IPCA-15 avançou 0,48% em setembro, revertendo o recuo de -0,14% no mês anterior, segundo o IBGE. Embora o número tenha ficado abaixo da expectativa de 0,51%, o resultado reacendeu a preocupação com a inflação. A alta veio principalmente da energia elétrica, já que terminou o desconto do Bônus Itaipu. Em 12 meses, o indicador acumulou 5,32%, ainda em patamar elevado.
Consequências para a política monetária
Diante desse avanço, o Banco Central deve manter postura mais dura no curto prazo. O mercado financeiro já avalia que a Selic permanecerá elevada até sinais claros de desaceleração de preços. A leitura reforça que o combate à inflação continua desafiador, mesmo com arrefecimento em alguns setores.
Além disso, o impacto maior em habitação e energia chama a atenção de analistas. Como a alta refletiu principalmente ajustes tarifários, o tema pode alimentar debates políticos sobre subsídios e regulação. Esse movimento mostra como decisões setoriais podem influenciar o cenário macro.
Investidores reagiram imediatamente. Muitos ajustaram prêmios de risco dos títulos públicos e revisaram projeções de cortes de juros. A curva de juros embute inflação mais alta para os próximos meses, o que pressiona mercados de renda fixa e variável.
Agora, o foco se volta para o IPCA oficial e para os núcleos de inflação. Esses dados definirão se a pressão atual se mantém ou se haverá reversão parcial no próximo ciclo.