Ministro da Fazenda chama proposta de “loucura” e alerta para riscos fiscais
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como “loucura” a ideia de atrelar a votação da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda à análise do projeto de lei da dosimetria, que trata da anistia de multas aplicadas a empresas. A declaração foi dada neste sábado (27) e repercutida pela Agência Brasil.
Reação política imediata
Haddad afirmou que os dois temas não podem ser negociados em conjunto, pois envolvem impactos fiscais distintos. Segundo ele, a isenção do IR busca aliviar a carga tributária das famílias de menor renda, enquanto o PL da dosimetria pode gerar perdas bilionárias de arrecadação. Assim, atrelar ambos significaria desequilibrar ainda mais as contas públicas.
Pressão no Congresso
A fala do ministro ocorre em meio a intensas negociações na Câmara e no Senado. Parlamentares favoráveis à anistia tentam usar a votação da isenção como moeda de troca. Haddad, no entanto, reforçou que a equipe econômica não aceitará vinculações que fragilizem o arcabouço fiscal.
Impacto fiscal em debate
De acordo com técnicos do governo, a ampliação da faixa de isenção já exige compensações orçamentárias para não comprometer a meta fiscal. Associar esse projeto à anistia de multas aumentaria o risco de rombo. A preocupação é que o sinal negativo ao mercado pressione juros futuros e o dólar.
Próximos passos
A expectativa é de que o governo intensifique articulações com líderes partidários para separar os dois temas na pauta do Congresso. Para Haddad, a mensagem é clara: “não se pode colocar em risco a credibilidade fiscal por negociações casadas”. O resultado desse embate deve influenciar não apenas o ambiente político, mas também a confiança dos investidores.