O que pode sair desse primeiro encontro após tensões diplomáticas
A semana se inicia com as equipes dos governos brasileiro e americano acelerando preparativos para uma conversa entre Lula e Trump, conforme adiantado pelo InfoMoney. O convite partiu durante a Assembleia Geral da ONU, onde os dois presidentes trocaram cumprimentos e sinalizaram interesse em retomar o diálogo.
Formato delicado
Há expectativa de que o primeiro contato ocorra por telefone ou videoconferência, ainda esta semana. No entanto, também não está descartada uma reunião presencial em país terceiro — a Itália, durante evento da FAO no dia 13 de outubro, ou a Malásia, durante a cúpula da ASEAN em 25 de outubro, são hipóteses levantadas por auxiliares do governo.
Pontos que devem estar na mesa
No encontro, o Brasil deve enfatizar que jamais adotou o antiamericanismo. Espera-se também que Lula dialogue sobre soberania, cortes nas tarifas impostas pelos EUA e acessos a mercados estratégicos. Já Washington pode demandar mais garantias sobre regulação digital e acesso a minerais estratégicos.
Implicações para o mercado
A simples expectativa da conversa já mexeu com o câmbio e a bolsa brasileira: no dia após o anúncio, o real se valorizou cerca de 1% e o Ibovespa bateu recorde. Mercado vê potencial de reaproximação, ainda que cauteloso — qualquer sinal de retórica dura pode reverter o movimento.
Riscos e desafios
Apesar do tom diplomático, há embates históricos: tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros, uso do Pix e críticas mútuas já tensionaram relações. Se alguma parte insistir em pautas sensíveis, isso pode emperrar o encontro antes mesmo do início formal. A articulação política e a preparação técnica serão decisivas.