9.7 C
Nova Iorque
18.1 C
São Paulo
sexta-feira, outubro 10, 2025
spot_img

Trump prepara pacote de US$ 14 bilhões para socorrer agricultores afetados por guerra comercial

Medida busca conter perdas do campo americano e pode aumentar pressão sobre exportadores brasileiros

O governo dos Estados Unidos prepara um pacote de até US$ 14 bilhões em ajuda a agricultores atingidos pela guerra comercial com China e União Europeia, segundo apuração publicada pelo G1. A medida, defendida pelo presidente Donald Trump, deve ser anunciada oficialmente ainda neste mês e já movimenta o mercado global de commodities.

O contexto por trás da ajuda

O pacote surge após sucessivas pressões de produtores americanos, que vêm registrando quedas nas exportações desde o agravamento das tensões comerciais. O governo chinês, principal comprador de grãos e carne dos EUA, retaliou tarifas impostas por Washington com novos impostos sobre produtos agrícolas.
Esse movimento derrubou a competitividade dos produtores norte-americanos e aumentou estoques domésticos, especialmente de soja, milho e trigo. Segundo a Reuters, a proposta prevê compensações financeiras diretas e subsídios a transportadoras e cooperativas ligadas ao setor rural.

Como funcionará o pacote

De acordo com fontes próximas à Casa Branca, os valores devem ser liberados em duas etapas. A primeira parcela cobriria perdas acumuladas em 2025, enquanto a segunda seria direcionada a produtores mais dependentes das exportações.
O plano também pode incluir linhas de crédito subsidiadas e redução de impostos federais sobre fertilizantes e combustíveis agrícolas. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) coordenará o repasse dos recursos, priorizando estados do Meio-Oeste — base eleitoral fundamental para Trump.

Efeitos esperados sobre o agronegócio brasileiro

A ajuda americana deve intensificar a competição global por mercados agrícolas, especialmente na Ásia. O Brasil, que se beneficiou nos últimos anos das restrições impostas à soja e ao milho americanos, pode sentir pressão nos preços e nos volumes exportados.
Segundo analistas ouvidos pelo Valor Econômico, a eventual recuperação da produção americana pode reduzir a fatia de exportações brasileiras em até 5% em 2026, dependendo da velocidade de execução do programa.

Para a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o pacote americano tende a “distorcer a concorrência internacional”. Em nota, a entidade afirmou que monitora os desdobramentos e pode acionar mecanismos da Organização Mundial do Comércio (OMC) caso identifique desequilíbrio de mercado.

Reações políticas e fiscais nos EUA

O pacote precisa ser aprovado pelo Congresso americano, onde há resistência de setores que criticam o aumento de subsídios em plena crise fiscal. Republicanos mais conservadores argumentam que a medida “pune contribuintes para proteger eleitores agrícolas”, enquanto democratas dizem que o plano tem viés político em ano pré-eleitoral.
Apesar disso, há consenso de que o impacto econômico das tarifas exige resposta rápida, e a base rural de Trump pressiona pela liberação imediata.

Cenário global mais volátil

Com o anúncio, o mercado de grãos já precifica o movimento. Na Bolsa de Chicago, contratos futuros da soja subiram 0,9% pela expectativa de compras governamentais internas nos EUA. O petróleo, por sua vez, opera estável, e o dólar mostra leve alta, refletindo uma busca global por proteção, informou a Reuters.

Analistas afirmam que, se confirmada, a injeção bilionária deve dar novo fôlego ao agronegócio americano e complicar a vida de exportadores emergentes, inclusive o Brasil. “Com o campo americano de volta ao jogo, as margens agrícolas internacionais devem se estreitar”, avaliou um consultor ouvido pelo G1.

O que observar nos próximos dias

O foco do mercado agora está no texto final da proposta e na reação da China, que ainda pode adotar novas tarifas sobre produtos agrícolas americanos. Enquanto isso, o Ministério da Agricultura brasileiro acompanha o cenário para avaliar possíveis impactos nas exportações do ciclo 2025/26.
Se confirmada, a medida americana reabre a disputa por espaço no comércio internacional — e coloca o Brasil em alerta para proteger sua competitividade no campo.

spot_img

Artigos Relacionados

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Fique Conectado
20,145FãsCurtir
51,215SeguidoresSeguir
23,456InscritosInscrever
Publicidadespot_img

Veja também

Brasilvest
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.