Setor de tecnologia lidera as perdas em meio à incerteza global e expectativa sobre os próximos passos do Federal Reserve
Wall Street encerrou o pregão desta terça-feira (7) em queda, com o S&P 500 recuando 0,42%, o Dow Jones perdendo 0,25% e o Nasdaq caindo 0,68%, segundo a Reuters. O movimento refletiu a combinação de incerteza econômica, tensão política em Washington e queda nas ações de tecnologia, que voltaram a pressionar os índices após um início de outubro volátil.
Tecnologia em baixa e cautela com juros
As gigantes de tecnologia lideraram as perdas. Papéis da Nvidia e da Apple recuaram após analistas alertarem para desaceleração nas vendas e pressão sobre margens. De acordo com o Bloomberg, o setor enfrenta ajustes após meses de valorização intensa, com investidores reduzindo exposição a ativos mais arriscados diante da alta dos rendimentos dos Treasuries.
Além disso, a falta de dados econômicos — resultado do shutdown parcial do governo americano — aumentou a incerteza sobre o ritmo da economia. Com a suspensão temporária de indicadores oficiais, o mercado opera praticamente às cegas, o que reforça a busca por segurança e pressiona as bolsas.
Ouro e dólar sobem em meio ao medo global
A aversão ao risco levou investidores a reforçarem posições em ativos considerados seguros. O ouro, por exemplo, voltou a subir e atingiu US$ 3.980 por onça, aproximando-se de novo recorde histórico, conforme o InfoMoney. Já o dólar se fortaleceu frente a moedas emergentes, refletindo o movimento de proteção.
Esse cenário também afeta expectativas sobre política monetária. Muitos analistas acreditam que o Federal Reserve pode adiar cortes de juros até que haja clareza fiscal e política em Washington.
Expectativa pelos próximos sinais do Fed
Com o calendário econômico esvaziado, investidores voltam as atenções às falas de dirigentes do Fed. Um tom mais hawkish pode reforçar a correção das bolsas, enquanto declarações mais brandas sobre inflação podem aliviar o mercado.
No curto prazo, a volatilidade deve permanecer alta. As tensões políticas, o impasse fiscal americano e o fortalecimento do dólar criam um ambiente desafiador para ativos de risco.
Perspectiva para os próximos dias
Em resumo, o pregão de terça reforça o clima de cautela global. A correção em tecnologia mostra que investidores seguem seletivos, e a ausência de dados macroeconômicos deixa o mercado vulnerável a rumores e declarações do governo.
Caso o shutdown seja resolvido e o Fed sinalize moderação, Wall Street pode recuperar parte das perdas recentes. Até lá, prevalece o modo defensivo — com os olhos voltados para ouro, dólar e juros longos, que seguem ditando o ritmo das bolsas globais.