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sexta-feira, outubro 10, 2025
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Mais de 1/3 dos trabalhadores recebem até um salário mínimo

Dados do IBGE revelam desigualdade salarial e desafios para o mercado de trabalho

Mais de 35,3% dos trabalhadores brasileiros ganham até um salário mínimo. O dado é parte do Censo Demográfico 2022, divulgado nesta quinta-feira (9) pelo IBGE. A informação consta em reportagem do G1.

Renda é concentrada e desigual por gênero, raça e região

O relatório mostra que, além desse terço da população, apenas 7,6% dos trabalhadores recebiam mais de cinco salários mínimos. A renda mais comum estava entre um e dois salários mínimos, ocupada por 32,7% dos ocupados.
No recorte regional, Norte e Nordeste têm os menores rendimentos médios: cerca de R$ 2.238 e R$ 2.015, respectivamente, abaixo da média nacional, estipulada em R$ 2.851. Já no Sudeste, Sul e Centro-Oeste, as médias rurais e urbanas variam, mas tendem a superar esse patamar.

Gênero e cor/raça mostram abismos persistentes

Na divisão por gênero, homens alcançaram rendimento médio de R$ 3.115, enquanto mulheres ficaram em torno de R$ 2.506. Tal diferença aponta um fosso de 24,3% entre os sexos, conforme o Censo.
No quesito raça: pessoas brancas e amarelas obtiveram rendimentos médios significativamente maiores, enquanto pretos (R$ 2.061), pardos (R$ 2.186) e indígenas (R$ 1.683) ficaram abaixo do patamar geral. Essa disparidade ressalta a urgência de políticas públicas que reduzam desigualdades estruturais.

Trabalho informal e vulnerabilidade econômica

Parte significativa dessas pessoas com rendimento baixo está no trabalho informal, sem contratos formais ou benefícios. Para muitos, o piso salarial não cobre despesas essenciais como habitação, transporte e alimentação.
Assim, o sistema de proteção social, através de programas como Bolsa Família, Auxílio Brasil e benefícios regionais, assume papel central na manutenção da dignidade de milhões de brasileiros.

Riscos para consumo e crescimento econômico

Quando um terço da força de trabalho recebe tão pouco, o consumo tende a ficar restrito. Isso reduz a demanda por bens e serviços, o que pode travar investimentos e crescimento econômico.
Empresas de varejo, alimentação e utilidades domésticas sentem esse efeito mais rápido, especialmente em regiões com menor dinamismo econômico.

Caminhos para redução da desigualdade salarial

  1. Valorização do salário mínimo real, com ajustes acima da inflação, pode ampliar renda base.
  2. Inclusão produtiva: programas que qualifiquem trabalhadores e os incluam em setores mais bem remunerados.
  3. Regularização do mercado informal, oferecendo incentivos para formalização.
  4. Políticas afirmativas para gênero e raça, com metas concretas para reduzir o fosso salarial.
  5. Fortalecimento de programas sociais que complementem renda e incentivem a transição para empregos melhores.

Em síntese, o dado do IBGE mostra que o Brasil ainda convive com uma massa salarial extremamente fragilizada. A superação disso requer ação conjunta entre governo, iniciativa privada e sociedade civil.

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