Presidente critica Congresso após retirada de pauta de medida e promete ação rápida contra privilégios fiscais
Durante cerimônia de inauguração de fábrica da BYD em Camaçari (BA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que “não vai demorar” para que os mais ricos paguem os impostos que devem. Ele criticou a decisão da Câmara dos Deputados de remover a medida provisória 1.303, que propunha taxar aplicações financeiras de bilionários, vagarosamente aprovada. A cobertura foi feita pela Reuters via Investing.com.
Lula classificou como “triste” a votação no Congresso que impediu a tramitação da proposta. “Um trabalhador pode pagar 27,5% de IR; por que um ricaço não pode pagar 18%?”, perguntou ele, fazendo alusão à desigualdade na progressividade do tributo. Ele ainda mencionou que o governo chegou a negociar alíquota de 12%, mas que a oposição se recusou a aprovar. Segundo o presidente, “eles vão pagar o imposto que merecem aqui no Brasil, porque o povo trabalhador não vai deixar isso barato.”
A MP 1.303 perderia validade se não fosse votada tanto na Câmara quanto no Senado. Com sua retirada de pauta, tornou-se inviável a aprovação em tempo hábil, o que representou uma derrota significativa para a equipe econômica do governo. O presidente aproveitou a ocasião para criticar privilégios fiscais de parcelas da sociedade e pedir mobilização popular para sustentar suas propostas.
Lula afirmou ainda que é necessário “acabar com os privilégios” para garantir igualdade de direitos no país. Em outra cerimônia na Bahia, o presidente reforçou que a maioria da população — segundo ele — não tolerará desigualdades persistentes e clamará por uma “revolução pacífica e democrática”.
A expectativa agora recai sobre o Senado Federal: será que os senadores retomarão a proposta tributária ou formularão uma alternativa que mantenha a cobrança sobre grandes rendimentos? E como isso repercutirá nas contas públicas ainda neste ano?