A reforma tributária brasileira está em fase de implementação e regulações intermediárias já começaram a surgir. Mas afinal, o que vai mudar para o trabalhador em 2025? Neste artigo, vamos destrinchar as principais mudanças previstas, como elas podem afetar seus rendimentos e consumo, e o que se pode esperar no curto prazo.
Contexto: qual é a reforma em curso?
A nova estrutura tem origem na Emenda Constitucional 132/2023, que pretende substituir tributos como ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins por novos impostos no modelo IVA dual (Imposto sobre Bens e Serviços — IBS — estadual/municipal, e Contribuição sobre Bens e Serviços — CBS — federal).
A Lei Complementar 214/2025 regulamentou parte dessas mudanças e estabeleceu regras de transição.
Mas atenção: muitas mudanças previstas serão gradativas, com vigência plena ao longo dos anos seguintes (até 2033 em alguns casos).
Principais mudanças que impactam o trabalhador
1. Isenções e tributação de bens essenciais
A reforma prevê que alimentos da cesta básica fiquem isentos de IBS e CBS.
Também foram definidas alíquotas reduzidas para alguns produtos essenciais, com redução de 60% do imposto em determinados casos.
Isso pode aliviar o custo de vida para quem gasta boa parte da renda com alimentação e itens básicos.
2. Mudança na estrutura de tributos sobre consumo
Com o novo modelo, o imposto será recolhido no local de consumo (destino), e não mais no local de origem.
Além disso, os tributos sobre bens e serviços (IBS + CBS) serão não cumulativos: espera-se que empresas possam descontar créditos fiscais pagos nas etapas anteriores da cadeia.
Essas mudanças podem reconfigurar preços finais, dependendo da cadeia produtiva, da distribuição regional e da eficiência dos ajustes.
3. Impacto para trabalhadores autônomos e prestadores de serviço
Para autônomos, a reforma abre caminhos diferentes:
- Haverá regimes diferenciados nos novos impostos para pequenas atividades.
- Nem todos os profissionais autônomos pagarão alíquota elevada — eles poderão se enquadrar como nanoempreendedores, MEI ou Simples Nacional, com tributações menores ou isenções.
- Para algumas categorias regulamentadas (médicos, advogados etc.), há previsão de redução de alíquota especial no novo modelo.
Portanto, o impacto dependerá bastante do tipo de atividade do trabalhador.
4. Custos indiretos e repasses de preço
Com a nova sistemática tributária, empresas que enfrentam cadeias com muitos elos poderão repassar custos ou economias aos consumidores.
Para trabalhadores assalariados, isso pode aparecer no preço de bens e serviços — transporte, alimentação, vestuário etc.
O que de fato pode mudar em 2025 (no curto prazo)
- Ajustes de regulamentação já começam a vigorar, mas não todo o novo modelo será aplicável imediatamente.
- Itens essenciais (cesta básica) terão isenção definida, reduzindo encargos para famílias de baixa renda.
- A cobrança dos novos impostos será progressiva, com transições e adaptações regionais.
- Trabalhadores autônomos, se forem para regimes favorecidos, podem ter impacto menor ou até benefício fiscal, dependendo do setor.
- Os preços de alguns bens ou serviços podem mudar conforme a cadeia de distribuição se adapte à nova tributação.
Exemplos hipotéticos para ilustrar o impacto
- Família de baixa renda: com isenção de impostos na cesta básica, a conta de mercado pode ficar relativamente mais leve.
- Profissional autônomo (designer, consultor): se enquadrar como MEI ou regime simplificado nos novos tributos, pode pagar menos do que sob antigas regras cumulativas.
- Produto tecnológico importado: com novo imposto seletivo, bens “não essenciais” podem sofrer tributação adicional, encarecendo o custo para o consumidor final.
- Serviços locais (salão, manutenção, conserto): dependendo do novo IBS local, o imposto embutido pode mudar, afetando o preço cobrado ao cliente.
Riscos e desafios
- Em muitos casos, será necessária adaptação de sistemas fiscais, cadeiaslogísticas e contábeis — essa transição gera custos que podem ser repassados.
- Se a isenção ou redução não for bem calibrada, pode haver aumento de carga sobre classes médias.
- Diferenças estaduais e municipais podem gerar desigualdades regionais.
- O controle e fiscalização podem criar complexidade para profissionais que não têm estrutura contábil.
Conclusão
A reforma tributária de 2025 promete mudanças profundas que afetarão tanto o consumo quanto a forma de tributação de serviços e autônomos. No bolso do trabalhador, o impacto mais visível será nos preços de bens e no enquadramento tributário para quem presta serviço. Alguns poderão sofrer aumento de custo, outros poderão se beneficiar de novas isenções ou regimes simplificados.
Importante: nem tudo muda de uma hora para outra — a transição ocorrerá ao longo dos próximos anos. Fique de olho nas regulamentações locais e na adaptação das empresas no mercado.
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Perguntas Frequentes (FAQ)
Quando a reforma entra plenamente em vigor?
A aplicação plena dos novos tributos (IBS + CBS) será gradual, com cronograma até 2033 para algumas mudanças.
Todo trabalhador será diretamente impactado?
Não necessariamente. Quem recebe salário fixo pode sentir mudanças nos preços e nos insumos. Quem presta serviço ou é autônomo será mais diretamente impactado, dependendo de regime tributário.
A cesta básica será mais barata?
Sim — a reforma prevê isenção de IBS e CBS para itens da cesta básica.
Autônomos vão pagar mais impostos?
Depende do caso. Muitos poderão se enquadrar em regimes simplificados (MEI, nanoempreendedor) ou categorias especiais, com tributação menor ou isenção parcial.
Os preços de serviços vão subir por causa disso?
Possivelmente. Se custos tributários aumentarem para empresas na cadeia de serviços, parte deles pode ser repassada aos usuários finais.









