Movimento busca facilitar comércio bilateral e reduzir tarifas entre os dois países; Índia é prioridade na estratégia de diversificação comercial brasileira
O Brasil e a Índia deram um passo diplomático importante ao lançar negociações visando a ampliação de um acordo de preferências tarifárias, com o objetivo de aprofundar os laços econômicos entre ambas as nações. A iniciativa foi anunciada nesta quinta-feira (16) e recebida com otimismo por setores exportadores brasileiros. As informações são do G1.
O que está em pauta nas negociações
Entre os temas centrais do acordo em estudo estão a redução de tarifas de importação, a eliminação parcial de barreiras não tarifárias e a ampliação de cotas preferenciais para produtos brasileiros. A iniciativa mira setores estratégicos como agropecuária, bens industriais e tecnologia, com potencial para baratear insumos importados e aumentar a competitividade das exportações nacionais no mercado indiano.
O presidente da Câmara de Comércio Brasil-Índia destacou que o foco das negociações inclui “melhorar o ambiente de negócios bilateral, impulsionar investimentos e reduzir assimetrias tarifárias”.
O significado estratégico da Índia para o Brasil
A Índia é considerada uma das principais economias emergentes do mundo. Ao estreitar os laços com o país asiático, o Brasil busca reduzir sua dependência comercial com determinados mercados tradicionais e diversificar seus destinos de exportação. Além disso, a Índia é um importador relevante de commodities e matérias-primas, o que pode abrir espaço para maiores vendas brasileiras em produtos com valor agregado.
Desafios e o cenário de competição
Apesar do otimismo, as negociações não serão fáceis. Existirão resistências de setores industriais locais em ambos os países que veem os acordos tarifários como ameaças à produção doméstica. Ademais, a Índia usualmente protege sua base industrial por meio de tarifas elevadas e políticas de subsídios — fatores que tornaram a abertura comercial mais lenta em tratados anteriores.
Outro ponto de atenção é as regras de origem, que definem quanto de um produto precisa ser doméstico para se qualificar para os benefícios tarifários. Ajustar essas regras de modo que favoreça o Brasil sem violar as políticas indianas será um dos desafios centrais.
Potencial de impacto para o Brasil
Se bem-sucedido, o acordo pode:
- Reduzir os custos das exportações brasileiras à Índia
- Aumentar o fluxo de importações de insumos para indústrias nacionais
- Estimular investimento direto de empresas indianas no Brasil
- Fortalecer cadeias produtivas nacionais por meio da integração global
Empresários do agronegócio, especialmente nas áreas de carne, soja e etanol, já expressaram interesse na medida como forma de abrir novos mercados e elevar margens. A Câmara de Comércio Brasil-Índia apontou que o processo de negociação será gradual, com etapas para implementação progressiva das concessões tarifárias.
Com isso, o Brasil reforça sua estratégia de inserção internacional mais diversificada, mirando também nos países do Sul Global como protagonistas de parcerias econômicas de médio e longo prazo.









