Mercado brasileiro reage a tensões externas e reavalia riscos fiscais e bancários antes do fim de semana
O Ibovespa iniciou o pregão desta sexta-feira (17) em alta moderada, aos 142.604 pontos, segundo dados da B3 e da InfoMoney. O movimento reflete uma tentativa de recuperação após as perdas da véspera, em meio à volatilidade global provocada por preocupações com o sistema financeiro dos Estados Unidos e à falta de novos gatilhos domésticos.
No câmbio, o dólar comercial opera com leve alta de 0,18%, cotado a R$ 5,453 na venda e R$ 5,451 na compra, conforme acompanhamento em tempo real da InfoMoney. O comportamento da moeda reflete um dia de ajustes técnicos, com o real acompanhando o movimento global de fortalecimento do dólar ante moedas emergentes.
Ambiente externo ainda dita o ritmo
A cautela internacional segue dominando os mercados, após a forte queda das bolsas americanas e asiáticas. Investidores reagem a novos temores sobre bancos regionais dos EUA e à piora das expectativas de crédito corporativo. Segundo a Reuters, os principais índices futuros de Wall Street operam em queda, o que adiciona pressão sobre o apetite por risco em mercados emergentes.
As commodities também abriram o dia em baixa: o petróleo Brent recua para a faixa dos US$ 82, enquanto o minério de ferro devolve parte dos ganhos recentes, impactando as ações de Petrobras e Vale.
Cenário doméstico e juros futuros
No Brasil, o mercado monitora o impacto da suspensão do programa de bônus do INSS por falta de verba sobre o debate fiscal. O episódio reforçou a percepção de fragilidade nas contas públicas e limita o avanço dos ativos locais.
Os juros futuros operam próximos da estabilidade, refletindo a ausência de novos indicadores econômicos relevantes nesta sexta. Analistas avaliam que o Banco Central deve manter o ritmo gradual de cortes na Selic, diante de um cenário ainda incerto para a inflação e o câmbio.
Expectativas para o dia
Ao longo do pregão, os investidores acompanham as falas de dirigentes do Federal Reserve, que podem orientar apostas sobre o início dos cortes de juros nos Estados Unidos. Internamente, o foco permanece na trajetória fiscal e nos balanços corporativos do terceiro trimestre, que começam a ser divulgados a partir da próxima semana.
Com o dólar próximo de R$ 5,45 e o Ibovespa tentando consolidar os 142 mil pontos, o mercado brasileiro encerra a semana em compasso de cautela, alternando entre correção técnica e busca por sinais mais claros de estabilidade global.









