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sexta-feira, novembro 14, 2025
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Amantes de café nos EUA enfrentam alta nos preços após tarifas sobre grãos do Brasil e Vietnã

Tarifas de até 50% sobre importações de café brasileiro e vietnamita elevam custos ao consumidor norte-americano e pressionam o setor global de alimentos

Os consumidores dos Estados Unidos estão pagando bem mais caro pelo café após o governo de Donald Trump impor tarifas de até 50% sobre as importações de grãos do Brasil, do Vietnã e de outros grandes produtores. A medida, segundo o G1, provocou um efeito dominó sobre toda a cadeia de fornecimento e já pressiona o bolso dos consumidores americanos.

Dados da consultoria Coffee Intelligence apontam que o preço médio do café torrado e moído nos supermercados dos EUA chegou a US$ 8,87 por libra (cerca de US$ 19,55/kg) em agosto — alta de quase 21% em 12 meses. O levantamento mostra que a escalada ocorre desde meados de 2024, quando as tarifas começaram a ser aplicadas de forma gradual.

Escalada de preços e choque de oferta

Além das tarifas, o setor enfrenta problemas adicionais de oferta e logística. O clima irregular em regiões produtoras, como Sudeste do Brasil e planícies do Vietnã, reduziu a colheita e elevou o custo de exportação. Com menos de 1% do café consumido internamente produzido nos EUA, o país depende quase totalmente de importações — o que torna o impacto das tarifas ainda mais direto, segundo reportagem da CBS News.

Cafeterias e redes já repassam aumentos

Redes e cafeterias norte-americanas começaram a repassar a alta aos clientes. Em Nova York, estabelecimentos como Stone Street Coffee e Kos Kaffe relatam margens comprimidas e aumento inevitável no preço final da xícara. O jornal britânico The Guardian mostrou que o reajuste médio em cafeterias independentes chega a 12%, afetando sobretudo negócios menores.

Reação do Brasil e impactos na cadeia global

As exportações brasileiras de café — que respondem por 35% do comércio mundial — já sentem o impacto da perda de competitividade. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), o repasse dos custos deve atingir o mercado americano nos próximos meses, mesmo com importadores tentando adiar reajustes. A entidade alertou que as tarifas podem reduzir volumes embarcados e provocar desequilíbrio de preços globais, de acordo com a Reuters.

Por que o caso preocupa

O episódio mostra como disputas comerciais e políticas tarifárias podem repercutir diretamente nos preços globais de alimentos. Para o Brasil, maior exportador mundial de café, o risco é perder espaço no mercado americano para países com acordos comerciais mais vantajosos.

Especialistas alertam que o cenário tende a se refletir também no consumo interno, já que a pressão sobre os exportadores pode elevar os preços no atacado. Em última instância, a crise do café ilustra como decisões políticas nos EUA podem impactar cadeias produtivas inteiras em países emergentes e no comércio mundial de commodities agrícolas.

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