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sexta-feira, novembro 14, 2025
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Café brasileiro pode perder espaço nos EUA após novo tarifaço imposto por Trump

Medida eleva custos de exportação e ameaça competitividade do Brasil e do Vietnã no maior mercado consumidor do mundo

O café brasileiro, um dos pilares das exportações do agronegócio nacional, corre o risco de perder espaço nos Estados Unidos após o governo Donald Trump anunciar um tarifaço de até 50% sobre a importação do produto, segundo o Money Times. A medida faz parte de um pacote mais amplo de taxas sobre commodities agrícolas e industriais, atingindo diretamente grandes exportadores globais — especialmente Brasil e Vietnã, líderes mundiais na produção de café.

Exportadores brasileiros em alerta

Com o tarifaço, o café brasileiro pode perder competitividade em relação a países com acordos comerciais mais vantajosos, como Colômbia e México, que possuem preferências tarifárias sob o T-MEC (Tratado entre México, EUA e Canadá). Segundo o Money Times, há o risco de que importadores americanos substituam gradualmente o produto brasileiro por fornecedores com menor custo, reduzindo a presença do Brasil nas torrefações e redes varejistas dos EUA.

Nos últimos 12 meses, as exportações de café do Brasil já haviam recuado cerca de 12%, pressionadas pela desaceleração global e pela alta do frete marítimo. O novo tarifaço amplia as dificuldades e deve reduzir margens de lucro e volumes embarcados, especialmente entre cooperativas e exportadores independentes.

Efeitos sobre o mercado global

O impacto também é sentido fora do Brasil. Estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que as tarifas podem encarecer o café importado em até 18% no varejo americano, pressionando o consumidor final e redes de cafeterias. Analistas ouvidos pelo Money Times afirmam que o tarifaço tem potencial para distorcer preços globais, já que os EUA são o maior importador mundial de café verde.

Para o setor, o efeito é duplo: redução da demanda americana e volatilidade cambial, que afetam a previsibilidade dos contratos de exportação. As cotações do café arábica e robusta já começaram a oscilar nas bolsas internacionais, refletindo a incerteza sobre os fluxos comerciais.

Reação do governo e do setor

O Ministério das Relações Exteriores confirmou que está analisando medidas diplomáticas e comerciais para conter os efeitos do tarifaço. Fontes do Itamaraty ouvidas pelo Money Times afirmam que o Brasil deve acionar mecanismos de diálogo bilateral com Washington e buscar apoio da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) também se manifestou, defendendo negociações urgentes para preservar o mercado americano — atualmente o segundo maior destino do café brasileiro, atrás apenas da União Europeia.

Perspectivas para 2026

Especialistas apontam que, se o tarifaço for mantido, as exportações brasileiras de café para os EUA podem cair até 25% em 2026, com impacto direto sobre pequenos produtores e cooperativas. O cenário reforça a importância de diversificar mercados e investir na valorização de cafés especiais e marcas premium, que oferecem maior margem de rentabilidade.

O episódio marca mais um capítulo na escalada de tensões comerciais entre Estados Unidos e países emergentes, e reacende o debate sobre a necessidade de uma política de defesa comercial mais ativa por parte do Brasil — capaz de proteger setores estratégicos da economia de choques externos.

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