Mudanças nas projeções mostram cenário menos inflacionário e câmbio ainda firme no Brasil
Analistas do mercado reduziram pela quarta semana consecutiva a expectativa para a inflação em 2025. Segundo o Boletim Focus, a estimativa para o IPCA caiu de 4,72% para 4,70%. Ao mesmo tempo, a previsão para o dólar à vista em 2025 ajustou-se para R$ 5,45, mantendo o real sob pressão.
Inflação em queda e expectativa para 2026
Além disso, o relatório mostra que as projeções para 2026 também recuaram: a inflação estimada caiu de 4,28% para 4,27%, enquanto para 2027 passou de 3,90% para 3,83%. Esse movimento reflete otimismo moderado quanto à trajetória de preços no médio prazo.
Enquanto isso, para o IGP-M de 2025, a estimativa foi revisada de 0,95% para 0,87%, conforme o mesmo boletim.
Câmbio ainda ajustado e juros estáveis
No que se refere ao câmbio, a projeção para 2026 ficou em R$ 5,50, e para 2027 permaneceu em R$ 5,51, segundo o Boletim Focus. Esses níveis sugerem que o mercado espera estabilidade cambial apenas em cenário de reformas estruturais.
Quanto à taxa básica de juros, a estimativa para 2026 está em 12,25%, com 2027 estimada em 10,50% e 2028 em 10% — indicadores de que o ciclo de aperto monetário segue em foco.
PIB e crescimento econômico atualizado
A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2026 ajustou-se para 1,80%, enquanto para 2027 caiu de 1,83% para 1,82%. Para 2028, a estimativa permanece em 2%, o que demonstra expectativa de crescimento lento e gradual.
Esse contexto reforça que a economia enfrenta desafios para acelerar o ritmo de expansão, mesmo com inflação mais controlada.
Impacto para quem investe ou tem dívidas
Para quem investe, a queda na projeção da inflação pode reduzir a necessidade de rentabilidade nominal muito alta. Portanto, títulos públicos ou fundos atrelados à inflação ganham destaque.
Para quem tem dívidas, especialmente as atreladas ao índice inflacionário ou com taxas variáveis, o cenário se torna mais favorável — menor inflação implica menor correção dos encargos.
Além disso, o câmbio elevado continua a pesar para quem depende de importados ou tem gastos em dólar, o que reforça a importância de diversificar.
O que observar daqui para frente
O mercado agora foca em dois vetores: a divulgação de dados reais de inflação nos próximos meses e o andamento das reformas estruturais no Brasil. Se ambos forem positivos, as estimativas poderão continuar recuando. Por outro lado, surpresas inflacionárias ou turbulências externas podem inverter o movimento.
Em síntese, o Boletim Focus destaca que o cenário monetário e cambial ainda exige vigilância — e que os ajustes já começaram, mas não estão encerrados.









