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sexta-feira, novembro 14, 2025
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CEOs dos EUA evitam criticar tarifas de Trump por “covardia”, diz ex-chefe da Sears

Mark Cohen afirma que empresários temem retaliação e expõe silêncio do setor diante dos custos crescentes da guerra comercial

O ex-presidente da Sears Canada, Mark Cohen, afirmou que muitos CEOs americanos evitam criticar publicamente as tarifas impostas por Donald Trump. Segundo ele, há medo de retaliação política e comercial. Em entrevista publicada pela InfoMoney, Cohen classificou a postura como “covardia corporativa”. O ex-executivo alertou que o protecionismo está elevando custos, desorganizando cadeias de suprimentos e prejudicando consumidores.

Silêncio estratégico ou medo político

De acordo com Cohen, o ambiente político americano tornou-se hostil a críticas. Ele explica que muitos líderes empresariais, principalmente do varejo e da indústria, preferem o silêncio para evitar confrontos com Trump. “Eles estão apavorados. Tentam descobrir como contornar as tarifas, mas não têm coragem de se manifestar”, afirmou.

Além disso, o ex-chefe da Sears ressaltou que a hesitação dos CEOs amplia o problema. Sem pressão pública, o governo mantém políticas que afetam empresas e trabalhadores. Essa omissão, segundo ele, representa um risco maior do que a própria tarifa.

Custos crescentes e impacto direto no consumo

As tarifas impostas por Trump continuam a pesar sobre o setor produtivo. Cohen lembrou que “quase tudo o que o consumidor americano compra foi afetado“. Móveis, roupas e eletrônicos ficaram mais caros, enquanto o varejo tenta repassar parte do aumento ao público.

Dados citados pela InfoMoney mostram que o impacto total pode chegar a US$ 1,2 trilhão neste ano. Desse valor, aproximadamente US$ 900 bilhões atingem o varejo, e mais da metade é repassada aos consumidores. Portanto, o peso da guerra comercial recai sobre a população, com aumento de preços e queda do poder de compra.

Reação internacional amplia o efeito

A política tarifária dos Estados Unidos também desencadeou retaliações em outros países. China, Canadá e União Europeia responderam com medidas próprias, ampliando a tensão global. Com isso, empresas de diversos setores reduziram investimentos e adiaram projetos.

Cohen acredita que o impasse gera um círculo vicioso. Enquanto Washington insiste nas tarifas, parceiros comerciais elevam barreiras. O resultado, diz ele, é um ambiente de incerteza que ameaça a estabilidade mundial.

Alerta sobre o futuro da economia americana

As declarações de Cohen ocorrem em meio à tentativa de Trump de retornar à Casa Branca em 2025 com uma plataforma nacionalista. Para o ex-executivo, o empresariado precisa demonstrar coragem política. “O silêncio dos CEOs é o que mantém políticas desastrosas vivas”, afirmou.

Ele defende que as empresas se articulem e pressionem por previsibilidade. Do contrário, a guerra comercial pode levar o país a uma nova desaceleração. Assim, Cohen conclui que a omissão custa caro — e que o medo corporativo é, hoje, um dos maiores entraves à recuperação econômica.

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