Especialistas explicam como tokens atrelados ao dólar combinam rentabilidade, liquidez e menor volatilidade
As chamadas stablecoins — criptomoedas com lastro em moedas fiduciárias ou ativos reais — estão se consolidando como instrumentos de proteção e rendimento. Segundo reportagem do Money Times, o segmento já movimenta mais de US$ 300 bilhões e cresce em ritmo acelerado mesmo em um ambiente de alta regulação e cautela dos investidores.
Durante o evento promovido pelo portal, o editor-assistente Renan Sousa mediou um debate entre Guilherme Prado, da Bitget, e Valter Rebelo, da Empiricus. Ambos destacaram como as stablecoins podem servir não apenas para preservar valor, mas também para gerar renda passiva em plataformas de finanças descentralizadas (DeFi).
O que são stablecoins e por que chamam atenção
De acordo com o Money Times, as stablecoins nasceram para oferecer estabilidade relativa em um mercado dominado por ativos extremamente voláteis. Cada unidade de token é lastreada por um ativo tradicional — geralmente o dólar americano — o que reduz oscilações bruscas de preço.
Segundo Rebelo, esses criptoativos “podem servir não apenas para manter um caixa de liquidez, mas também um caixa dolarizado”, atraindo quem busca exposição ao dólar sem sair do ambiente digital.
A publicação da TradingView Brasil complementa que o interesse em stablecoins cresceu após sucessivas crises de liquidez em exchanges globais, reforçando a busca por alternativas mais previsíveis.
Como “ganhar” com stablecoins
O especialista Guilherme Prado explicou ao Money Times que há duas formas principais de gerar retorno com stablecoins. A primeira ocorre quando emissores lastreiam os tokens em títulos norte-americanos e distribuem rendimentos aos detentores. A segunda envolve aplicações em protocolos DeFi que remuneram o investidor por fornecer liquidez — operação semelhante à renda fixa, porém com variações conforme o risco de cada plataforma.
Essas opções tornam o investimento em stablecoins atrativo tanto para quem busca rendimento em dólar quanto para quem deseja apenas reduzir a volatilidade do portfólio cripto. No entanto, o uso exige cautela e conhecimento técnico sobre custódia, governança e lastro.
Por que o termo “erro que deu certo”
O apelido “erro que deu certo” vem da origem das stablecoins: elas surgiram como solução improvisada para traders trocarem criptomoedas por uma opção estável sem sair das corretoras. Com o tempo, porém, passaram a representar uma ponte entre o mercado tradicional e o universo digital, ampliando possibilidades de investimento.
Para Prado, essa transição transformou o que era apenas uma ferramenta operacional em um pilar de liquidez global, impulsionando a nova fase das finanças digitais.
Riscos e cuidados essenciais
Apesar da aparência de segurança, as stablecoins não são isentas de risco. A reportagem do Money Times destaca três pontos principais de atenção:
- Transparência do lastro: é fundamental verificar se o emissor publica relatórios auditados sobre os ativos que garantem cada token.
- Risco de plataforma: aplicações em DeFi ou corretoras exigem análise de reputação, histórico de falhas e governança.
- Incerteza regulatória: a classificação jurídica das stablecoins ainda varia entre países, o que pode afetar liquidez e acessibilidade.
A TradingView Brasil reforça que o investidor deve encarar o rendimento em stablecoins como complemento de portfólio, e não substituto de investimentos tradicionais.
Dicas práticas para investir com segurança
- Escolha stablecoins auditadas — verifique relatórios de reservas e certificações independentes.
- Utilize carteiras com autenticação em dois fatores — esse cuidado reduz o risco de perda por invasão.
- Diversifique protocolos e emissores — evitar concentração em uma única plataforma limita perdas em caso de falhas.
- Monitore taxas e liquidez — rendimentos muito altos podem esconder riscos excessivos.
- Acompanhe o ambiente regulatório — mudanças legais podem alterar as regras de conversão ou resgate.
Um novo espaço entre o dólar e o blockchain
O avanço das stablecoins mostra que tecnologia e estabilidade podem coexistir. Elas já cumprem papéis de investimento, proteção e transferência internacional de valor, tornando-se peça central da inovação financeira global.
Enquanto o mercado amadurece, especialistas destacam que o sucesso do setor dependerá da confiança e da transparência, elementos que determinarão quais projetos sobreviverão aos próximos ciclos do mercado cripto.









