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segunda-feira, dezembro 29, 2025
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Brasil e EUA: próximos passos

Reunião em Kuala Lumpur marca reaproximação política e tentativa de destravar o comércio entre Brasil e Estados Unidos

Tempo estimado de leitura: 3 minutos

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o norte-americano Donald Trump se reuniram neste domingo (26), em Kuala Lumpur, durante a cúpula da ASEAN. O encontro, confirmado pelo G1, teve como foco reconstruir pontes políticas e econômicas entre os dois países após meses de tensão comercial.

Durante a reunião, Lula propôs grupos de trabalho bilaterais para revisar tarifas e discutir acordos setoriais. O presidente também defendeu uma relação de “cooperação com respeito mútuo”, em contraponto ao tom protecionista do governo americano. Já Trump afirmou que “há espaço para bons negócios”, reconhecendo que os dois países podem se beneficiar de uma agenda mais pragmática.

Diplomacia e cálculo político

O gesto de reaproximação tem peso político. Lula tenta reposicionar o Brasil como protagonista nas negociações internacionais e, ao mesmo tempo, sinalizar estabilidade a investidores. Além disso, busca transformar o diálogo em vitrine de liderança externa num momento de pressões fiscais internas.

Por outro lado, Trump usa o encontro para reconstruir laços com parceiros latino-americanos e reduzir o avanço comercial da China. Segundo o G1, ambos destacaram o compromisso em criar um “canal direto e contínuo” entre as equipes econômicas. Essa sinalização, embora discreta, reforça a retomada do pragmatismo diplomático entre as duas potências.

Impactos econômicos e próximos passos

De acordo com a Reuters, o encontro representa o primeiro passo concreto para reduzir as tarifas impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros. As negociações devem começar com setores como aço, carne e energia limpa, temas prioritários para ambos os governos.

O Itamaraty informou que as equipes técnicas iniciarão reuniões “ainda em novembro”. Além disso, as partes estudam firmar um memorando de entendimento até o fim de 2025, o que abriria espaço para novas tratativas comerciais. A reabertura do diálogo também melhora o ambiente para investimentos estrangeiros e pode fortalecer a posição do Brasil no G20.

Reações e desafios internos

Economistas avaliam que a aproximação traz ganhos simbólicos, mas exigirá firmeza para gerar resultados concretos. O desafio está em equilibrar interesses comerciais e pressões políticas, já que parte do Congresso americano resiste à revisão das tarifas. Ao mesmo tempo, Lula precisa mostrar que a política externa brasileira combina autonomia e pragmatismo econômico.

Ainda assim, o sinal enviado pela reunião é positivo. Ele sugere que Brasil e Estados Unidos voltam a negociar em pé de igualdade, priorizando crescimento sustentável, abertura comercial e estabilidade diplomática.

O que observar a partir de agora

  1. O cronograma das reuniões técnicas entre as equipes econômicas.
  2. As declarações oficiais sobre o andamento das conversas comerciais.
  3. As reações do agronegócio e da indústria brasileira.
  4. O impacto cambial caso as tarifas sejam de fato revistas.

O encontro de Kuala Lumpur reforça o pragmatismo de Lula e o estilo negociador de Trump. Embora ainda existam divergências, os dois líderes recolocam Brasil e Estados Unidos na mesa das grandes decisões econômicas globais.

FOTO: Andrew Caballero-Reynolds/AFP

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