Setor produtivo comemora reaproximação entre Lula e Trump e vê chance de reverter tarifas que travam exportações brasileiras
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A indústria brasileira recebeu com otimismo o encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, realizado na Malásia. De acordo com a InfoMoney, a reunião reacendeu as esperanças de que o chamado “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos possa ser finalmente revisto. Além disso, o diálogo político sinaliza o início de um novo ciclo de cooperação entre as duas maiores economias das Américas.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou que a reaproximação é positiva, mas precisa se transformar em resultados concretos. “O setor industrial espera a reversão das tarifas que afetam produtos nacionais e dificultam a competitividade das empresas brasileiras”, disse. Para ele, o gesto diplomático de Lula e Trump deve abrir caminho para negociações técnicas rápidas e equilibradas.
Tarifa e impacto na economia brasileira
As tarifas dos Estados Unidos subiram de 10% para 50% e atingem diretamente as exportações de aço, alumínio e produtos químicos. Esse aumento encareceu o produto brasileiro, reduziu margens e fez o país perder espaço para concorrentes asiáticos. Segundo a InfoMoney, o setor acredita que o alívio tarifário é essencial para estimular investimentos e gerar empregos industriais.
Por outro lado, o governo norte-americano ainda analisa quais setores poderão ser beneficiados por cortes imediatos. Enquanto isso, empresários brasileiros pressionam o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços a incluir as pautas prioritárias na agenda bilateral. Assim, o Brasil tenta garantir reciprocidade e previsibilidade comercial.
Reações do governo e próximos passos
O ministro Geraldo Alckmin confirmou que as equipes técnicas de ambos os países iniciarão reuniões ainda neste trimestre. Essas conversas definirão o cronograma de revisão das tarifas e avaliarão medidas compensatórias. Além disso, o Itamaraty deverá participar das tratativas para garantir que o acordo inclua barreiras não tarifárias e certificações industriais, pontos críticos para o setor.
Segundo analistas da Reuters, a reaproximação tende a reduzir tensões diplomáticas e pode até atrair capital estrangeiro. Entretanto, o sucesso do acordo dependerá da disposição dos EUA em ceder politicamente e da capacidade do Brasil em oferecer condições comerciais vantajosas.
Perspectivas do setor industrial
Para a CNI, o encontro entre Lula e Trump representa um marco simbólico após meses de distanciamento diplomático. A entidade vê oportunidade para destravar acordos de cooperação tecnológica e energética, além de impulsionar projetos de exportação com alto valor agregado.
Enquanto as negociações avançam, o setor industrial mantém postura cautelosa. Ainda que o diálogo seja promissor, os empresários esperam resultados objetivos, como a redução gradual das tarifas e a ampliação de crédito à exportação. Caso as medidas sejam implementadas, o impacto poderá fortalecer o PIB industrial e gerar empregos em cadeias produtivas estratégicas.
O consenso entre governo e indústria é que o encontro foi apenas o primeiro passo. Contudo, ele reabre o canal de confiança e coloca o Brasil em posição de protagonismo nas discussões sobre comércio hemisférico. Agora, o desafio será transformar gestos políticos em ganhos reais para o setor produtivo.









