Resultado consolida o poder do presidente libertário e dá novo fôlego à agenda econômica de corte liberal
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O partido La Libertad Avanza (LLA), liderado pelo presidente argentino Javier Milei, conquistou uma vitória decisiva nas eleições legislativas de domingo (26). O resultado reforça o plano de reformas econômicas do governo e amplia sua influência no Congresso, conforme destacou a Bloomberg Línea.
Avanço expressivo nas províncias e em Buenos Aires
Com cerca de 40,8% dos votos nacionais, a LLA venceu em 16 dos 24 distritos do país, incluindo a estratégica província de Buenos Aires. Dessa forma, a coalizão libertária consolidou-se como a principal força do Congresso, reduzindo a dependência de alianças instáveis. Embora ainda não detenha maioria absoluta, Milei ganhou margem política suficiente para destravar projetos que estavam parados desde o início do mandato, segundo a Reuters.
Além disso, o resultado amplia a legitimidade do governo e sinaliza que parte do eleitorado continua disposta a apostar em um modelo de Estado mais enxuto. Essa virada, segundo analistas, deve acelerar discussões sobre cortes de subsídios e privatizações.
Reação positiva dos mercados e expectativas externas
Logo após a apuração, o mercado financeiro reagiu de forma otimista. Investidores esperam que a nova composição do Congresso facilite a aprovação de reformas fiscais e regulatórias. Conforme projeções da Reuters, os títulos soberanos da Argentina podem se valorizar nas próximas semanas, enquanto as ações locais tendem a refletir maior confiança.
Por outro lado, economistas lembram que o desafio será equilibrar o entusiasmo do mercado com o custo político das medidas de austeridade. Ainda assim, a percepção geral é de que o governo Milei ganhou tempo e credibilidade para implementar seu programa liberal.
Inflação e desemprego seguem como obstáculos
Apesar do fortalecimento político, a economia argentina ainda enfrenta obstáculos severos. A inflação acumulada permanece acima de 200% ao ano, e o desemprego segue alto, corroendo o poder de compra da população. Mesmo assim, Milei insiste que o corte de gastos e o equilíbrio fiscal são “as únicas vias para restaurar a liberdade econômica”, conforme reproduziu o Le Monde.
Além disso, a oposição peronista tenta reorganizar-se, mas ainda carece de um nome de peso para enfrentar o atual presidente nas próximas eleições. Essa fragilidade oposicionista facilita, ao menos no curto prazo, a tramitação de medidas econômicas impopulares.
Repercussão regional e impacto no Brasil
O fortalecimento político de Milei repercute em toda a América Latina. Para o Brasil, principal parceiro comercial da Argentina, a mudança pode provocar ajustes nas negociações do Mercosul e influenciar políticas industriais. Além disso, a retomada do alinhamento com os Estados Unidos tende a alterar o equilíbrio diplomático no Cone Sul.
Enquanto isso, organismos internacionais como o FMI avaliam que a vitória legislativa cria condições mais favoráveis para a continuidade do programa de estabilização fiscal iniciado em 2024. Esse contexto reforça a expectativa de que a Argentina volte a atrair investimentos produtivos e crédito internacional.









