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sexta-feira, novembro 14, 2025
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Governo reduz dívida federal, porém paga mais para se financiar

O Tesouro Nacional informou queda leve na dívida pública federal em setembro, apesar do aumento do custo da dívida e da rolagem de títulos. Houve resgate líquido de papéis, compensado parcialmente por juros incorporados; títulos indexados à inflação sofreram pressão. As novas emissões saíram mais caras, elevando o custo médio do estoque. O prazo médio dos vencimentos se alongou e a reserva de liquidez segue suficiente para vários meses. O Tesouro espera melhora no médio prazo, mas alerta para incertezas fiscais que ainda pesam. Fonte: https://www.infomoney.com.br/economia/divida-publica-federal-cai-028-em-setembro-segundo-tesouro/

Você acompanha: dívida pública federal cai 0,28% em setembro

A dívida pública federal recuou 0,28% em setembro frente a agosto, chegando a R$ 8,122 trilhões, segundo dados do Tesouro Nacional. A queda ocorreu num mês em que, ao mesmo tempo, houve aumento no custo para rolar títulos públicos, num contexto em que as taxas do Tesouro Direto subiram antes do Fed e os agentes ajustaram preços de emissão. Operações de rolagem também podem se relacionar a movimentos de mercado e intervenções para liquidez internacional, por exemplo em leilões de câmbio e swaps conduzidos pelo BC (venda em leilões para rolagem).

Dados principais

Indicador Valor (setembro) Variação mensal
Dívida pública federal (total) R$ 8,122 trilhões -0,28%
DPMFi (interna, nominal) R$ 7,820 trilhões -0,31%
DPFe (externa) R$ 301,5 bilhões 0,43%
Resgate líquido da dívida interna R$ 100 bilhões
Incorporação de juros na dívida interna R$ 75,7 bilhões
Custo médio do estoque (12 meses) 12,00% a.a. subiu de 11,65%
Custo médio de novas emissões 13,74% a.a. subiu de 13,70%
NTN-B (taxa média de emissão) 7,43% a.a. nível mais alto desde 2021
Prazo médio do estoque 4,16 anos subiu de 4,09 anos
Reserva de liquidez R$ 1,032 trilhão caiu de R$ 1,134 trilhão
Cobertura de vencimentos (meses) 9,33 meses subiu de 7,78 meses

Para acesso às séries e à metodologia, consulte a fonte oficial do Tesouro: dados e metodologia da dívida pública.

Gráfico: Variação e componentes da dívida (setembro)



Total
R$ 8,122T

DPMFi
R$ 7,820T

DPFe
R$ 301,5B

Reserva
R$ 1,032T

0
0,2T
0,4T
0,8T
1,6T

Observação: gráfico ilustrativo para comparação; escala aproximada.

O que fez a dívida cair

A redução foi influenciada por um resgate líquido de R$ 100 bilhões na dívida mobiliária interna. Esse efeito foi parcialmente compensado pela incorporação de R$ 75,7 bilhões de juros, resultando em ligeira retração do saldo final. Segundo o Tesouro, a expectativa de cortes de juros nos Estados Unidos elevou o apetite por risco e pressionou para baixo as taxas futuras, especialmente nos prazos longos — um movimento explicado pelas decisões do Fed e seu impacto nos mercados.

Para detalhes sobre operações de câmbio e gestão de liquidez que podem afetar rolagens e mercados, consulte o site do Banco Central: operações cambiais, swaps e liquidez.

Custos e pressões sobre as emissões

O custo médio da dívida acumulado em 12 meses subiu para 12,00% ao ano. O custo médio das novas emissões alcançou 13,74% ao ano, patamar não observado desde 2016 em cenário recessivo. As NTN‑B sofreram pressão: taxa média de emissão em 7,43% ao ano, a mais alta ao menos desde 2021.

Além disso, títulos com incentivo tributário (debêntures incentivadas, por exemplo) tornam a competição mais difícil, forçando o Tesouro a pagar prêmios maiores nos títulos tributados. O coordenador de Operações da Dívida Pública do Tesouro indicou tendência de alta nos custos atualmente, mas expectativa de alívio em 2026 e 2027 com consolidação fiscal — cenário que depende de medidas de ajuste e da trajetória da dívida apontada por estudos recentes sobre ajuste fiscal necessário e projeções que indicam crescimento do endividamento até 2026 (projeção da IFI para 2026).

Para investidores, acompanhar as variações das taxas e das expectativas do mercado pode ser útil; guias práticos sobre como navegar no mercado de renda fixa e no Tesouro Direto ajudam a entender impactos e estratégias (guia simples para iniciantes no Tesouro Direto).

Para projeções e análises independentes sobre trajetórias e riscos fiscais, veja também o trabalho do Instituto Fiscal Independente: projeções da dívida e riscos fiscais.

Prazo, liquidez e perspectivas

O prazo médio do estoque subiu de 4,09 para 4,16 anos em setembro. A reserva de liquidez caiu para R$ 1,032 trilhão, mas ainda cobre 9,33 meses de vencimentos — acima dos 7,78 meses do mês anterior. Para outubro, o Tesouro entende que a expectativa de cortes nos EUA continua a apoiar ativos de mercados emergentes, mas as incertezas fiscais sobre o Brasil podem limitar ganhos e sustentar prêmios maiores nas emissões. Essa tensão fiscal é relacionada a pressões de gasto público e riscos que podem amarrar a ação do BC, conforme analistas e estrategistas apontam (impacto dos gastos do governo na política do BC).

Para contexto histórico e conceitos básicos sobre a dívida pública no país, consulte um resumo enciclopédico: histórico e conceitos da dívida pública.

Conclusão

Em síntese: a dívida pública federal recuou 0,28% para R$ 8,122 trilhões, com resgate líquido de R$ 100 bilhões parcialmente compensado por R$ 75,7 bilhões em juros incorporados. Os custos estão mais altos — custo médio do estoque em 12,00% a.a. e novas emissões em 13,74% a.a. — e as NTN‑B enfrentam pressão. O prazo médio aumentou para 4,16 anos; a reserva de liquidez caiu, mas cobre 9,33 meses. As incertezas fiscais mantêm o cenário tenso até que a consolidação prevista para 2026/2027 se concretize, conforme estimativas macro e revisões do mercado (veja por exemplo as revisões do Focus).

Para leitura complementar e checagem dos dados, ver a reportagem original: https://www.infomoney.com.br/economia/divida-publica-federal-cai-028-em-setembro-segundo-tesouro/. Consulte também a fonte direta do Tesouro Nacional e análises especializadas em https://www.infomoney.com.br/economia/divida-publica-federal-cai-028-em-setembro-segundo-tesouro/ para acompanhar atualizações e detalhes metodológicos.

Perguntas frequentes

  • Por que a dívida pública federal caiu em setembro se os custos de rolagem subiram?
  • Houve resgate líquido de R$ 100 bilhões na dívida interna, reduzindo o estoque; isso foi parcialmente compensado pela incorporação de R$ 75,7 bilhões em juros.
  • O que é custo de rolagem e por que ele aumentou agora?
  • Rolagem é emitir títulos novos para pagar os antigos. A taxa média do estoque subiu para 12% a.a. e a emissão nova para 13,74% a.a., refletindo prêmio maior exigido pelo mercado e competição com títulos isentos. Para entender melhor a dinâmica operacional e as implicações para quem investe, consulte materiais sobre o funcionamento do Tesouro Direto e as variações de juros pré-Fed (taxas que subiram antes do Fed).
  • Isso vai afetar impostos ou corte de gastos?
  • Pode. Custos maiores encarecem a conta pública e aumentam a pressão por ajuste fiscal. Analistas apontam que maior gasto pode limitar a margem do BC e aumentar a necessidade de medidas de consolidação — veja alertas sobre gastos do governo e política monetária e conceitos como dominação fiscal.
  • A reserva de liquidez protege contra essas pressões?
  • Parcialmente. A reserva de R$ 1,032 trilhão cobre 9,33 meses de vencimentos, oferecendo folga para choques de curto prazo. No entanto, déficits e revisões nas contas públicas podem reduzir essa margem ao longo do tempo (ver registro recente de déficit das contas públicas).
  • O que muda para investidores e para a economia real?
  • Investidores lidam com taxas maiores e atração por papéis indexados; para a economia, juros mais altos na dívida podem restringir gasto público e influenciar taxas ao consumidor. Para quem está começando, guias práticos sobre o Tesouro ajudam a calibrar estratégias em cenários de juros voláteis (guia do Tesouro Direto).
  • Qual a projeção da dívida nos próximos anos?
  • Projeções oficiais e de institutos independentes indicam trajetória de aumento do endividamento em cenários sem ajuste, com impactos sobre custo e risco da dívida — há análises específicas sobre a evolução até 2026 (projeção da IFI).

Para aprofundar, veja também explicações sobre diferenças entre dívida pública e dívida privada: dívida pública x dívida privada, e análises sobre inflação, juros futuros e expectativas do mercado (juros futuros e inflação).

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