Nível de endividamento preocupa e exige atenção redobrada à gestão das finanças pessoais
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O Brasil atingiu um dos maiores índices de endividamento da série histórica. De acordo com levantamento divulgado pelo InfoMoney, 78,8 milhões de pessoas estão com dívidas em atraso, enquanto 8,1 milhões de CNPJs apresentam algum tipo de restrição financeira. O número reflete o peso dos juros elevados e a dificuldade de recomposição da renda familiar, mesmo após a desaceleração da inflação.
Endividamento recorde entre famílias e empresas
Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o percentual de famílias inadimplentes chegou a 30,5% em setembro, o maior nível já registrado. A pesquisa mostra que boa parte das dívidas está concentrada em cartão de crédito e empréstimos pessoais, modalidades que têm juros acima de 400% ao ano.
Entre as empresas, o cenário não é melhor. Conforme o Serasa Experian, o total de CNPJs negativados ultrapassa os 8 milhões, afetando diretamente o acesso a crédito e a capacidade de investimento de pequenos e médios negócios.
Consequências para o bolso do consumidor
O avanço da inadimplência tem efeito direto sobre a vida financeira das famílias. Com mais brasileiros com nome restrito, bancos e fintechs passam a endurecer critérios para concessão de crédito, o que eleva as taxas e dificulta a renegociação de dívidas. Além disso, o aumento do comprometimento da renda reduz o espaço para consumo, limitando a recuperação econômica.
Especialistas alertam que, mesmo com o programa Desenrola Brasil, criado para renegociar dívidas de pessoas físicas, o efeito é limitado sem uma política de educação financeira mais ampla. “O brasileiro ainda usa crédito para cobrir despesas fixas, e isso é insustentável no longo prazo”, apontou o economista César Bergo ao InfoMoney.
Como evitar o endividamento excessivo
Para se proteger em um ambiente de crédito caro e instável, analistas recomendam algumas medidas simples:
- Priorizar dívidas com juros altos, como cartão de crédito e cheque especial;
- Negociar parcelas atrasadas antes que a dívida vá para cobrança judicial;
- Evitar comprometer mais de 30% da renda mensal com prestações;
- Construir uma reserva de emergência, suficiente para cobrir entre três e seis meses de despesas fixas.
Além disso, reduzir gastos invisíveis — como assinaturas pouco usadas ou serviços duplicados — pode liberar espaço no orçamento e melhorar o controle financeiro.
Perspectivas para os próximos meses
Se os juros básicos continuarem em queda, o crédito poderá ficar mais acessível e o número de inadimplentes tende a estabilizar. Porém, segundo a CNC, qualquer alta inesperada na inflação ou retração do mercado de trabalho pode reacender a crise do endividamento.
Por ora, o quadro é de alerta: endividamento alto, renda apertada e crédito mais seletivo. A combinação exige disciplina, informação e, sobretudo, planejamento.









