5 C
Nova Iorque
17.6 C
São Paulo
sexta-feira, novembro 14, 2025
spot_img

Lula sanciona lei que flexibiliza meta fiscal de 2025

Nova legislação flexibiliza o arcabouço e amplia espaço para gastos públicos, reacendendo debate sobre credibilidade fiscal

Tempo estimado de leitura: 3 minutos

Siga-nos no Instagram: @brasilvest.news

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que permite ao governo mirar apenas o piso da meta fiscal em 2025, reduzindo a rigidez das regras de controle de gastos. A medida, publicada nesta sexta-feira (1º), foi confirmada pelo G1 e faz parte do ajuste do Novo Arcabouço Fiscal, aprovado no Congresso neste ano.

Segundo o texto, o governo não será obrigado a perseguir o centro da meta de resultado primário, podendo focar apenas no limite inferior da banda. Isso significa que, na prática, o Ministério da Fazenda ganha mais margem para administrar o orçamento sem acionar cortes automáticos de despesas.

O que muda com a nova regra

O Novo Arcabouço Fiscal substituiu o antigo teto de gastos e estabeleceu um sistema de bandas de resultado primário, com variação de 0,25% do PIB para cima ou para baixo. Com a nova lei, o governo poderá mirar o piso dessa banda — o que representa um déficit potencial de até R$ 30,9 bilhões em 2025, segundo cálculos da equipe econômica.

De acordo com o Ministério da Fazenda, a mudança é necessária para garantir previsibilidade de execução orçamentária e proteger programas sociais e investimentos públicos. Já economistas e analistas de mercado alertam para o risco de relaxamento fiscal, caso o governo use a folga para ampliar gastos sem compensações.

Reações e impactos no mercado

A decisão dividiu opiniões no setor financeiro. Analistas consultados pela Bloomberg Línea avaliaram que a sanção pode reforçar dúvidas sobre o compromisso do Brasil com o ajuste fiscal e, consequentemente, pressionar o câmbio e os juros futuros.

O economista Sérgio Vale, da MB Associados, disse ao Valor Econômico que “a flexibilização da meta fiscal pode enfraquecer o sinal de austeridade que o mercado esperava do governo neste fim de ano”. Ele acrescenta que o espaço adicional para despesas pode ser positivo para o crescimento de curto prazo, mas aumenta o risco de deterioração da confiança.

Por outro lado, técnicos da Casa Civil argumentam que a medida evita um contingenciamento excessivo e ajuda a preservar investimentos prioritários. Segundo fontes ouvidas pelo G1, a decisão também dá tempo para que a equipe econômica reforce a arrecadação e busque equilíbrio fiscal gradual.

O que esperar a partir de agora

Para 2025, a meta fiscal continuará dentro da banda prevista no arcabouço, mas o mercado acompanhará de perto a execução do orçamento e o comportamento das despesas discricionárias. Caso o governo avance sobre o limite da banda inferior, a credibilidade da política fiscal pode ser afetada.

Já para o investidor, o cenário requer atenção. Se o governo ampliar gastos sem contrapartida de receitas, o Banco Central pode demorar mais para reduzir a taxa Selic, mantendo os juros altos por mais tempo.

A lei marca uma nova etapa da política fiscal brasileira — mais flexível, mas também mais exposta à necessidade de disciplina e transparência.

spot_img

Artigos Relacionados

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Fique Conectado
20,145FãsCurtir
51,215SeguidoresSeguir
23,456InscritosInscrever
Publicidadespot_img

Veja também

Brasilvest
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.