Maior fundo do mundo critica remuneração “excessiva” da Tesla e reforça debate sobre poder concentrado nas mãos do bilionário
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O fundo soberano da Noruega, administrado pelo Norges Bank Investment Management (NBIM), anunciou que votará contra o pacote de remuneração de US$ 1 trilhão proposto para Elon Musk, CEO da Tesla, na assembleia de acionistas marcada para 6 de novembro. A decisão foi divulgada nesta terça-feira (4) e reforça a resistência crescente de investidores institucionais à concentração de poder e aos pagamentos considerados desproporcionais a executivos de grandes companhias. A informação foi publicada pelo G1.
O NBIM, que detém aproximadamente 1,5% das ações da Tesla — participação avaliada em cerca de US$ 10 bilhões —, afirmou reconhecer o valor gerado por Musk à frente da empresa, mas considerou o pacote “excessivo” e com “risco elevado de diluição acionária”. O fundo, que administra US$ 1,7 trilhão em ativos e é o maior do mundo, destacou ainda a falta de mecanismos de mitigação de risco, já que o plano vincula parte substancial do desempenho da Tesla à atuação pessoal de Musk.
Pressão por transparência e governança
A proposta de remuneração bilionária de Musk reacende o debate sobre governança corporativa e limites de incentivos executivos. Segundo reportagens da Reuters e do Financial Times, o plano prevê bônus vinculados ao desempenho das ações da Tesla e à geração de valor de mercado, podendo elevar significativamente a participação do bilionário na empresa.
Essa postura crítica do fundo norueguês ecoa preocupações de outros grandes investidores, que apontam risco de concentração de poder e falta de supervisão adequada nos conselhos de empresas lideradas por Musk — que, além da Tesla, controla também SpaceX, X (antigo Twitter) e xAI, sua companhia de inteligência artificial.
Impacto no mercado e repercussões
O voto contrário da Noruega deve influenciar outros investidores institucionais na assembleia da Tesla. Analistas avaliam que a decisão amplia a pressão sobre o conselho da montadora para rever a estrutura de remuneração e adotar padrões mais rígidos de governança. Ainda assim, Musk mantém forte apoio de parte dos acionistas individuais, que veem o executivo como peça central para a valorização da empresa nos últimos anos.
Em 2018, um plano semelhante de remuneração — avaliado à época em US$ 56 bilhões — havia sido aprovado, mas acabou sendo contestado judicialmente por acionistas minoritários e suspenso por um tribunal de Delaware. A nova proposta, muito mais ambiciosa, reacende esse embate entre o culto à liderança visionária e o limite ético na remuneração corporativa.









