Após quatro anos de testes, projeto do real digital muda de direção e deixa de usar tecnologia descentralizada
Tempo estimado de leitura: 2 minutos
Siga-nos no Instagram: @brasilvest.news
Após quatro anos de desenvolvimento, o Banco Central do Brasil (BCB) decidiu encerrar a atual fase do projeto Drex, a moeda digital brasileira, e abandonar o uso de blockchain em sua infraestrutura. Segundo reportagem do Money Times, a decisão marca o fim do piloto baseado em Hyperledger Besu, plataforma usada desde 2021, e o início de um redesenho completo do sistema.
De acordo com a publicação, o desligamento da infraestrutura atual ocorrerá na próxima segunda-feira (10). A partir daí, o BC deve concentrar esforços em uma versão mais restrita e institucional do Drex — voltada a liquidações financeiras e operações entre bancos, deixando de lado o modelo de moeda digital voltada ao consumidor final. A revisão é vista como uma mudança de estratégia em relação à ambição inicial do projeto, que pretendia colocar o Brasil na vanguarda das moedas digitais de banco central (CBDCs).
Fim do blockchain e foco institucional
A decisão de abandonar a rede blockchain está relacionada a preocupações com segurança, privacidade e escalabilidade, segundo o próprio Banco Central. O modelo distribuído usado no piloto enfrentou limitações para lidar com transações em larga escala e exigências de sigilo bancário. Com isso, o Drex passa a ser tratado como uma infraestrutura de liquidação digital centralizada, em vez de um ativo descentralizado.
Estudo citado pelo Money Times aponta que, das 137 jurisdições que estudam ou desenvolvem CBDCs, apenas cinco avançaram para fases de implementação, o que reforça a complexidade técnica e regulatória desses projetos.
Próximos passos do Drex
O Banco Central deve anunciar, ainda neste trimestre, o novo cronograma de testes e os parceiros tecnológicos que participarão da reestruturação. A autoridade monetária afirma que continuará estudando tokenização de ativos, pagamentos instantâneos e infraestruturas digitais seguras, mas sem os componentes de blockchain público que marcaram a fase inicial do Drex.
A decisão sinaliza uma guinada mais conservadora — priorizando a integração com o sistema financeiro nacional e a governança institucional, em detrimento da experimentação tecnológica que, por anos, colocou o projeto entre os mais avançados do mundo em inovação monetária.









