Com o encerramento da temporada de balanços do terceiro trimestre de 2025, o Itaú Unibanco (ITUB4) confirmou seu posto de favorito entre os analistas. O maior banco privado da América Latina se sobressaiu por eficiência operacional, controle da inadimplência e rentabilidade consistente, atraindo investidores que buscam previsibilidade e crescimento sustentável.
Enquanto isso, Bradesco (BBDC4), Santander (SANB11) e Banco do Brasil (BBAS3) registraram oscilações maiores em provisões e margens, refletindo o ambiente de crédito mais desafiador e a desaceleração do consumo.
Itaú mantém liderança com lucros recordes e ROE de 23%
No terceiro trimestre, o Itaú reportou um lucro 15% maior que o do mesmo período de 2024 e atingiu um retorno sobre patrimônio (ROE) de 23%, o mais alto entre os grandes bancos.
De acordo com Malek Zein, analista da Eleven Financial, o diferencial do Itaú está na qualidade da carteira de crédito e na capacidade de crescer com risco controlado. “Mesmo que o múltiplo P/L não seja o mais barato, o Itaú entrega consistência e previsibilidade. A inadimplência sobe nos concorrentes, mas segue estável no Itaú”, afirma.
Além disso, o banco combina dividendos elevados — próximos de 8% ao ano — com planos de expansão de crédito. O objetivo é dobrar a carteira em cinco anos e elevar o ROE para entre 25% e 30%, mantendo a eficiência operacional comparável à de fintechs como o Inter.
Segundo Victor Bueno, da Nord Investimentos, o Itaú é um “ganha-ganha“: oferece crescimento e dividendos sólidos. Ele recomenda as ações ordinárias (ITUB3), que têm preço mais baixo e métricas levemente melhores.
Banco do Brasil: barato, mas com mais riscos
Com P/L de 4,86 vezes, o Banco do Brasil é o mais barato entre os bancões. No entanto, analistas alertam que o preço reflete um momento operacional mais fraco. O banco apresentou lucro menor, inadimplência crescente e alta de 78% nas provisões para calotes no trimestre.
Bueno aponta que o setor agrícola — um dos principais clientes do BB — sofre com queda nos preços e aumento de recuperações judiciais, o que pressiona margens e resultados. “Mesmo com múltiplos atrativos, o cenário segue de deterioração. O payout de dividendos caiu de 45% para 30%, o que reduz o apelo da ação”, afirma.
Já Larissa Quaresma, da Empiricus Research, reforça que o baixo múltiplo não significa oportunidade, pois “reflete o risco maior e a expectativa de lucros mais fracos”.
Bradesco e Santander seguem em recuperação lenta
Os dois grandes bancos privados ainda tentam se reerguer. O Bradesco mostrou leve melhora operacional, mas o ROE ainda está abaixo de 15%, bem distante dos níveis do Itaú.
O Santander, por outro lado, apresentou lucro acima do esperado e custos menores, mas suas ações negociam a 16,7 vezes o lucro, o múltiplo mais caro do setor.
Para Bueno, esses bancos “ainda estão se ajustando após a pandemia”. Apesar de avanços pontuais, não há atratividade clara neste momento, já que o crescimento ainda depende de cortes de juros e retomada do crédito.
BTG Pactual é aposta de crescimento fora dos bancões
Fora do grupo tradicional, o BTG Pactual (BPAC11) é apontado como a melhor alternativa de crescimento. Mesmo negociando a um P/L elevado de 40,6 vezes, o banco tem ROE acima de 27% e crescimento de lucro superior a 40% no trimestre.
Para Quaresma, o múltiplo é alto, mas justificável. “O BTG entrega eficiência e rentabilidade acima da média. É uma aposta de longo prazo com potencial de valorização expressivo”, explica.
Bueno concorda e acredita que o banco deve manter ritmo forte de expansão no quarto trimestre, impulsionado por operações de investimento e crédito corporativo.
Conclusão
O cenário bancário segue dividido entre previsibilidade e risco. O Itaú se destaca como a opção mais equilibrada, unindo lucro forte, eficiência e dividendos robustos. Já BB, Bradesco e Santander enfrentam mais incertezas, enquanto o BTG se posiciona como aposta de crescimento.
FAQ
Qual é o banco mais recomendado pelos analistas hoje?
O Itaú segue como o preferido, graças à estabilidade da carteira de crédito e ao lucro consistente.
Por que o Banco do Brasil está tão barato?
O preço reflete maior risco operacional, alta da inadimplência e queda nos dividendos distribuídos.
Bradesco e Santander são boas oportunidades agora?
Ainda não. Ambos estão em recuperação, mas enfrentam desafios para elevar rentabilidade e reduzir custos.
Vale a pena investir no BTG Pactual?
Sim, para quem busca crescimento a longo prazo. O banco tem lucros em alta e rentabilidade superior ao setor.









