10.6 C
Nova Iorque
19.8 C
São Paulo
sexta-feira, novembro 14, 2025
spot_img

Déficit de R$17,2 bi em agosto: o que está por trás do novo rombo nas contas públicas?

O setor público brasileiro voltou a apresentar um resultado preocupante. Em agosto, o déficit primário consolidado chegou a R$ 17,2 bilhões, segundo dados divulgados pelo Banco Central. O número representa mais um mês em que governos e estatais gastaram mais do que arrecadaram, reforçando os desafios fiscais de 2025.

Apesar do rombo, o desempenho foi um pouco melhor do que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando o déficit havia sido superior a R$ 21 bilhões. Ainda assim, o resultado acende um alerta importante sobre a trajetória das contas públicas.

De onde veio o rombo de agosto?

Em primeiro lugar, o déficit de R$ 17,2 bilhões é a soma do resultado negativo de três frentes do setor público:

  • Governo Central: déficit de R$ 15,9 bilhões
  • Governos regionais (estados e municípios): déficit de R$ 1,3 bilhão
  • Estatais: déficit de R$ 6 milhões

A combinação desses números mostra que a deterioração fiscal não está concentrada apenas na União — estados e empresas públicas também enfrentam dificuldade para equilibrar seus orçamentos.

Situação nos últimos 12 meses ainda preocupa

Além disso, mesmo com oscilações mensais, o quadro agregado permanece negativo.

Nos 12 meses encerrados em agosto, o setor público consolidado acumulou déficit primário de R$ 23,1 bilhões, o equivalente a 0,19% do PIB.

Para comparação, no período até julho, o déficit acumulado era de R$ 27,3 bilhões (0,22% do PIB). Ou seja: houve ligeira melhora, mas o número ainda indica fragilidade fiscal.

Juros continuam pesando — e muito

Em terceiro lugar, outro ponto que ajuda a explicar o rombo nas contas é o peso crescente dos juros nominais, que somaram R$ 74,3 bilhões em agosto, acima dos R$ 69 bilhões registrados no mesmo mês de 2024.

Em 12 meses, os juros alcançaram R$ 946,5 bilhões, o equivalente a 7,63% do PIB, refletindo o custo elevado do endividamento público.

Quando se soma o resultado primário com os juros, chega-se ao chamado resultado nominal — e ele escancara a dificuldade do país em controlar o déficit total.

Em agosto, o resultado nominal foi deficitário em R$ 91,5 bilhões.

Nos 12 meses até agosto, o rombo nominal atingiu R$ 969,6 bilhões, praticamente estável em relação aos R$ 968,5 bilhões acumulados até julho.

O que explica esse cenário?

Diversos fatores ajudam a entender por que as contas públicas seguem pressionadas:

  • Despesas obrigatórias continuam crescendo, especialmente previdência e salário de servidores.
  • Receita não avança no mesmo ritmo, mesmo com melhora pontual da arrecadação.
  • Juros altos elevam o custo da dívida, ampliando o déficit nominal.
  • Governos estaduais ainda enfrentam desequilíbrios estruturais herdados dos últimos anos.

O resultado é um ambiente fiscal desafiador, que exige controle de gastos e recuperação sustentada da atividade econômica para aliviar a pressão.

Conclusão: um alerta importante para os próximos meses

Em conclusão, o déficit de agosto reforça que o país ainda enfrenta um caminho longo para estabilizar as contas públicas.

Mesmo com uma leve melhora em relação ao ano passado, o quadro fiscal permanece frágil, especialmente por causa do peso dos juros.

Por fim, com as metas fiscais no centro do debate político, o comportamento das contas públicas nos próximos meses será decisivo para definir a confiança de investidores e a trajetória da economia.

Para acompanhar as próximas divulgações e entender como esse cenário impacta o país, continue navegando pelo Brasilvest.

Perguntas Frequentes (FAQs)

O que é déficit primário?

É quando o governo gasta mais do que arrecada, sem considerar os juros da dívida.

Por que agosto teve um rombo de R$ 17,2 bilhões?

Porque governo central, estados e estatais fecharam o mês gastando acima do que arrecadaram.

Os juros influenciam o déficit?

Sim. Os juros nominais pesam muito no resultado total e ajudam a ampliar o déficit nominal.

O déficit melhorou em relação ao ano passado?

Levemente, mas o cenário ainda é de fragilidade fiscal.

O resultado nominal é mais preocupante?

Sim. Ele inclui juros e mostra quase R$ 1 trilhão de déficit em 12 meses.

Esse cenário afeta a economia?

Afeta, pois influencia a confiança, a taxa de juros, investimentos e a capacidade do governo de cumprir metas fiscais.

spot_img

Artigos Relacionados

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Fique Conectado
20,145FãsCurtir
51,215SeguidoresSeguir
23,456InscritosInscrever
Publicidadespot_img

Veja também

Brasilvest
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.