9.5 C
Nova Iorque
18.3 C
São Paulo
sexta-feira, novembro 14, 2025
spot_img

Meta fiscal de 2025: o que o governo pode rever até dezembro

A discussão sobre a meta fiscal de 2025 voltou ao centro do debate econômico depois que o Ministério da Fazenda revisou para baixo a previsão de crescimento do PIB e atualizou as projeções de inflação e déficit. Embora o governo insista que o plano fiscal permanece “sob controle”, técnicos reconhecem que alguns parâmetros podem precisar ser revistos até dezembro para evitar turbulências no início de 2026.

O novo Boletim Macrofiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE) indica que o PIB deve crescer 2,2% em 2025, abaixo dos 2,3% previstos. Já o IPCA caiu de 4,8% para 4,6%, ainda acima do teto da meta. Mesmo com a desaceleração, o Ministério afirma que o país seguirá crescendo, puxado pelo agronegócio e por setores ligados à exportação e tecnologia.

Crescimento menor e inflação alta: o que isso muda na meta fiscal?

Em primeiro lugar, a revisão ocorre em um momento em que a economia já sente os efeitos da Selic a 15% ao ano.

Com crédito mais caro e renda desacelerando, famílias e empresas reduzem gastos — e isso diminui a arrecadação federal. O boletim deixa claro que essa “fumaça” já estava no radar:

“A desaceleração já era esperada, refletindo efeitos defasados da política monetária restritiva”, diz a SPE.

Mesmo com a economia mais lenta, alguns setores avançam. A agropecuária teve revisão de crescimento de 8,3% para 9,5%, enquanto indústria e serviços sofreram pequenos ajustes negativos.

Esse cenário — combinação de PIB menor, inflação ainda resistente e juros altos — coloca pressão sobre o cumprimento da meta fiscal de 2025, que admite um déficit ajustado de até R$ 30,97 bilhões.

A previsão atualizada do governo indica um déficit de R$ 27,38 bilhões, tecnicamente dentro da meta.

Mas a margem é pequena — e suscetível a mudanças.

O que o governo pode rever até dezembro?

Internamente, técnicos discutem três frentes:

1. Revisão das receitas esperadas

Com exportações para os EUA em queda e atividade doméstica mais fraca, a arrecadação pode ser revisada para baixo.

2. Ajustes em despesas discricionárias

Em segundo lugar, para não romper o limite fiscal, ministérios podem sofrer contingenciamentos adicionais.

3. Atualização dos parâmetros macroeconômicos

Se a inflação recuar mais que o previsto — especialmente se a bandeira tarifária de energia for verde — há espaço para aliviar parte do gasto indexado.

A própria SPE admite:

“Se a bandeira de energia for verde em dezembro, cresce a chance de inflação dentro da meta.”

Dívida pública tem leve melhora, mas cenário internacional preocupa

A projeção da dívida bruta recuou para 79,5% do PIB, um pouco abaixo da estimativa anterior.

Mesmo assim, o governo segue cauteloso. O boletim destaca que 2026 deve registrar desaceleração global, agravada por tensões entre Estados Unidos e China.

As exportações já refletem parte desse quadro: queda de 25% para os EUA, apesar da alta de 6,4% no total, puxada por China e Argentina.

O Plano Brasil Soberano, que liberou R$ 7,1 bilhões em crédito para exportadoras, tem sido usado como amortecedor dessa volatilidade internacional.

E como ficam as contas de 2026?

Por fim, o déficit previsto para o próximo ano caiu para R$ 75,4 bilhões, melhora de R$ 6,4 bilhões frente à estimativa anterior.

A dívida deve alcançar 83,7% do PIB, uma leve redução em relação às projeções iniciais.

No PLOA 2026, o governo promete um superávit primário de 0,25% do PIB — uma meta ambiciosa, especialmente diante do cenário atual.

💡 Quer entender os próximos ajustes que podem mexer com a economia até dezembro? Continue navegando pelo Brasilvest.

Perguntas Frequentes (FAQs)

A meta fiscal de 2025 já está comprometida?

Não. O déficit previsto está dentro do limite permitido, mas a margem é pequena e pode mudar até dezembro.

Por que o governo reduziu a previsão de crescimento?

Por causa dos efeitos acumulados dos juros altos, do crédito mais caro e da desaceleração da renda.

A inflação pode voltar ao limite da meta?

Sim. Se a bandeira tarifária de energia for verde, o IPCA pode ficar dentro do intervalo oficial.

As exportações preocupam?

As vendas para os EUA caíram, mas outros mercados compensaram parcialmente a perda.

O governo pode mudar a meta fiscal ainda este ano?

Tecnicamente, sim. Mas a Fazenda sinaliza que tentará manter a meta atual.

Como ficam as contas de 2026?

O déficit estimado diminuiu e a dívida deve subir um pouco menos do que o previsto inicialmente.

spot_img

Artigos Relacionados

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Fique Conectado
20,145FãsCurtir
51,215SeguidoresSeguir
23,456InscritosInscrever
Publicidadespot_img

Veja também

Brasilvest
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.