O mercado de criptomoedas voltou a amanhecer no vermelho e deixou muitos investidores apreensivos. Depois de semanas de forte volatilidade, o movimento de queda ganhou força e acendeu um alerta importante: o Bitcoin perdeu o suporte psicológico dos US$ 100 mil, arrastando todo o setor junto.
Mas o que está por trás desse recuo tão forte? A Brasilvest explica o cenário completo para você entender por que as criptos estão sofrendo tanto.
O que acendeu a nova onda de vendas no mercado cripto?
Em primeiro lugar, a queda não aconteceu por um único motivo. Na verdade, um conjunto de fatores empurrou o mercado para baixo. Só nas últimas 24 horas, o setor perdeu quase US$ 130 bilhões em valor, uma redução de 3,8% na capitalização total.
O principal gatilho veio da combinação de incertezas macroeconômicas nos EUA e de uma pressão técnica que surgiu quando o Bitcoin rompeu os US$ 100 mil, um nível que muitos investidores tratam como divisor de águas.
Sem esse suporte, o sentimento virou rapidamente para “aversão ao risco”, e o mercado acelerou as vendas.
Bitcoin caiu tanto assim? O que explica o movimento?
Sim, e de forma intensa. O Bitcoin chegou a tocar US$ 97.117 durante a madrugada e, mesmo estabilizando pouco acima disso, já acumula queda de mais de 9% em apenas três dias.
O motivo da pressão é duplo:
- Sensibilidade dos investidores após o fim da paralisação do governo dos EUA
- Queda brusca do apetite por risco, já que o Fed pode optar por não cortar os juros tão cedo
Além disso, com a possibilidade de adiamento no ciclo de cortes, investidores migraram para ativos mais seguros. E quando a busca por proteção aumenta, criptomoedas são naturalmente penalizadas.
E o Ethereum? Por que a queda foi ainda maior?
O Ethereum sentiu ainda mais a pancada. A segunda maior criptomoeda do mercado caiu 8,6% em apenas um dia, negociada perto de US$ 3.176.
O movimento não foi isolado. Outras gigantes também registraram perdas entre 6% e 8%, como:
- XRP
- Solana
- Dogecoin
- Cardano
Entre as 100 maiores criptos, praticamente todas fecharam no negativo.
A paralisação do governo dos EUA tem relação com isso?
Tem — e bastante. A paralisação foi encerrada no dia 12 de novembro, mas seus efeitos continuam batendo no mercado.
Como parte dos relatórios econômicos ficou represada, o Fed passou a adotar uma postura mais defensiva, o que reduziu as chances de um novo corte de juros ainda este ano.
Juntamente disso, ferramentas como o CME FedWatch mostram que a probabilidade de redução de 25 pontos-base caiu para cerca de 52%, bem abaixo dos mais de 80% registrados no início de novembro.
Para criptomoedas, isso é ruim. Juros altos tornam ativos voláteis menos atrativos, porque aumentam a preferência por investimentos mais seguros, como Treasuries.
As liquidações também pioraram o cenário?
Muito. Nas últimas 24 horas, foram mais de US$ 1 bilhão em liquidações, com 90% delas relacionadas a posições compradas. Quando isso acontece, corretoras encerram operações automaticamente por falta de margem — e isso aumenta a pressão vendedora.
O cenário lembrou episódios recentes: no mês passado, mais de US$ 2 bilhões foram varridos do mercado em um único dia, afetando mais de 1,6 milhão de traders.
E os ETFs de cripto? Estão ajudando ou piorando a situação?
Infelizmente, piorando. A demanda institucional enfraqueceu de vez.
Os ETFs de Bitcoin à vista tiveram saídas de quase US$ 870 milhões em um único dia, acumulando mais de US$ 1,8 bilhão de resgates só em novembro.
O cenário para o Ethereum é ainda mais delicado. Por fim, os ETFs da rede já somam cerca de US$ 1,6 bilhão em saídas nas últimas cinco semanas, sem registrar entradas relevantes.
Ou seja: nem o dinheiro institucional está querendo risco neste momento.
Conclusão: o que esperar daqui para frente?
Em conclusão, o mercado de criptomoedas está enfrentando uma tempestade formada por juros incertos, liquidações pesadas, saída de capital institucional e perda de suportes importantes.
Esse conjunto deixa o investidor mais cauteloso — e faz com que movimentos bruscos, como o rompimento dos US$ 100 mil, despertem ainda mais medo.
Se quiser acompanhar a evolução das criptos com análises claras e atualizadas, continue navegando pelos conteúdos da Brasilvest.
Perguntas frequentes (FAQs)
Por que o mercado de criptomoedas está caindo hoje?
Principalmente pela combinação de incerteza macroeconômica, queda do Bitcoin abaixo dos US$ 100 mil e forte volume de liquidações.
O Bitcoin ainda pode cair mais?
Pode. Depois de perder um suporte psicológico importante, o mercado tende a testar níveis inferiores.
O Ethereum está mais fraco que o Bitcoin?
Sim. O ETH caiu mais no dia e os ETFs da rede seguem registrando grandes saídas de capital.
O que estão dizendo sobre os juros nos EUA?
As chances de corte diminuíram, o que reduz o apetite ao risco e pressiona criptos.
As liquidações realmente influenciam tanto assim?
Influenciam. Quando bilhões são liquidados, a pressão vendedora se intensifica e acelera a queda.
A saída de capital dos ETFs é preocupante?
Muito. Ela sinaliza perda de interesse institucional, algo que costuma amplificar a volatilidade do setor.









