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A semana começou agitada para quem acompanha a Raízen (RAIZ4). Logo na manhã desta segunda-feira, as ações da companhia recuaram mais de 5%. Isso aconteceu depois que a empresa reportou um prejuízo de R$ 2,3 bilhões no segundo trimestre da safra 2025/2026 (2T26).
Apesar da reação negativa do mercado, a XP Investimentos surpreendeu. Os analistas afirmaram que os resultados foram “adequados”, tanto do lado dos lucros quanto do fluxo de caixa livre. Porém, segundo a XP, isso ainda não basta para resolver as preocupações que rondam a estrutura de capital da empresa.
Por que o prejuízo da Raízen assustou o mercado?
O número bilionário chamou atenção imediatamente. No entanto, ao olhar por dentro dos resultados, a XP destaca que o Ebitda ajustado da Raízen totalizou R$ 3,2 bilhões. Ou seja, o valor veio alinhado com o esperado.
Mesmo assim, o indicador veio pressionado. Isso se deve a dificuldades claras em dois segmentos:
- S&E (Açúcar e Etanol)
- Mobilidade Argentina
Essas duas áreas acabaram ofuscando o bom desempenho da divisão de Mobilidade Brasil. Ainda assim, essa divisão segue sendo um dos pilares de resultado da companhia.
O fluxo de caixa livre surpreendeu — mas isso resolve o problema?
Não exatamente.
A XP aponta que o fluxo de caixa livre veio melhor que o esperado. Porém, parte disso se explica por dois movimentos específicos:
- redução de Capex, o que ajudou a preservar caixa
- entrada de recursos de venda de ativos — dos R$ 5 bilhões anunciados, R$ 1 bilhão já foi recebido. Além disso, o restante deve entrar até o fim da safra 2025/26
Mesmo com esse alívio, a companhia ainda aumentou sua dívida líquida. Isso aconteceu porque a empresa está concluindo a substituição dos forfaits por dívidas de longo prazo. A XP considera esse ajuste positivo, já que ele melhora a transparência e alonga o perfil da dívida.
E a alavancagem? Esse é o principal ponto de alerta
Apesar da queda na dívida líquida, o indicador ND/Ebitda subiu para 4,5x. Isso aconteceu por causa da redução dos lucros. Como resultado, as preocupações recorrentes do mercado se fortalecem:
- alavancagem alta
- margens fracas no segmento de S&E
- geração de caixa ainda limitada
A XP, porém, destaca que existem fatores positivos. Ou seja, o mercado não pode ignorar esses pontos.
O que a XP enxerga de positivo no balanço da Raízen?
Os analistas listam pontos que seguem favoráveis, mesmo em um trimestre turbulento:
- Queda de 26% ano a ano em despesas gerais e administrativas (G&A)
- Margens sólidas no negócio de distribuição de combustíveis, superando concorrentes listados
- Controle de Capex, o que reforça a preservação de caixa
- Cerca de 95% do açúcar disponível para 2026/27 já vendido, a preços considerados atrativos
Ou seja, a empresa tem dores claras a resolver. Ao mesmo tempo, ela também tem pilares que continuam sustentando sua operação.
Conclusão: é hora de se preocupar ou de ter calma?
O mercado reagiu forte ao prejuízo. Isso é natural em momentos de incerteza. Porém, a visão da XP reforça que um único trimestre não conta toda a história da Raízen (RAIZ4).
A situação de alavancagem ainda incomoda. No entanto, há sinais positivos — especialmente na redução de custos, na comercialização antecipada do açúcar e na preservação do caixa.
Se você quer continuar acompanhando os resultados das empresas e entender como cada balanço pode afetar a Bolsa, continue navegando pelo Brasilvest.
Perguntas Frequentes (FAQs)
Por que as ações da Raízen (RAIZ4) caíram após o balanço?
A empresa apresentou prejuízo bilionário no 2T26. Como resultado, a preocupação sobre sua estrutura de capital aumentou.
O que a XP achou dos resultados da Raízen?
A XP considerou os números “adequados”. Porém, o Ebitda veio pressionado e a alavancagem segue em alta.
Quais segmentos mais prejudicaram o desempenho da empresa?
Os segmentos de Açúcar e Etanol (S&E) e Mobilidade Argentina prejudicaram o desempenho.
O fluxo de caixa livre veio positivo?
Sim. O FCF surpreendeu positivamente. Isso foi impulsionado pela redução de Capex e pela entrada de recursos da venda de ativos.
A alavancagem preocupa?
Sim. O ND/Ebitda subiu para 4,5x. Isso reflete a redução dos lucros.
Há pontos positivos no balanço?
Sim. A boa performance da Mobilidade Brasil, o controle de Capex, a queda de G&A e o hedge de açúcar a preços favoráveis são pontos positivos.









