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Depois de dias de forte turbulência, a Hapvida (HAPV3) voltou a aparecer entre as maiores altas do Ibovespa (IBOV) nesta segunda-feira (17).
Por volta de 12h15, a ação subia 4,89%. Estava cotada a R$ 18,66. Em outras palavras, um movimento de recuperação após despencar mais de 42% na semana passada.
A arrancada vem logo após a divulgação do balanço do terceiro trimestre (3T25). O resultado trouxe números mistos. Além disso, levantou dúvidas importantes sobre a saúde financeira da operadora.
Por que a Hapvida caiu tanto antes?
A empresa reportou um lucro líquido de R$ 338 milhões entre julho e setembro. Isso representa alta de 4,1% na comparação anual. Apesar disso, o mercado não gostou do restante do balanço.
O Ebitda ajustado ficou em R$ 746,4 milhões. Houve queda de 2,1%. Ao mesmo tempo, dois pontos específicos acenderam o alerta vermelho:
- Queima de caixa livre (FCF) de R$ 51,9 milhões
- Alta da sinistralidade (MLR) para 75,2%, avanço de 1,4 ponto percentual
O aumento das ocorrências médicas pressionou custos. Esse foi o principal motivo para a piora da margem.
Com isso, investidores reagiram rápido. A pressão vendedora tomou conta do papel por dois pregões consecutivos.
O que fez a ação subir hoje, mesmo com o mercado desconfiado?
Depois de quedas tão intensas, parte do movimento desta segunda-feira foi técnico. Ou seja, uma tentativa natural de recuperação.
Porém, o clima ainda está longe de tranquilo.
Isso porque, além dos números fracos, bancos e corretoras começaram uma onda de revisões negativas. Como resultado, ampliaram o pessimismo em torno da companhia.
Safra rebaixa recomendação — mas ainda vê potencial de alta
O Safra se tornou mais uma instituição a cortar estimativas. O banco rebaixou a recomendação de compra para neutro.
O banco também reduziu o preço-alvo para R$ 22,50. Apesar disso, ainda representa um potencial de valorização de 25% sobre o fechamento de sexta-feira (14).
No relatório divulgado hoje, os analistas Ricardo Boiati, Thiago Marmo e Rafael Une foram diretos.
A Hapvida entregou um conjunto “muito fraco de resultados”. Os números ficaram abaixo do consenso. Isso justificou o tombo das ações.
Eles destacam ainda:
- Piora de Ebitda
- Volatilidade recorrente nos números
- Falta de metas de margem
- Execução “irregular” desde a aquisição da GNDI, quase quatro anos atrás
- Aumento relevante da percepção de risco entre investidores
Para completar, o Safra afirma que o ruído regulatório do setor tende a reduzir ainda mais o apetite do mercado.
Quais bancos já revisaram as estimativas para HAPV3?
O Safra foi apenas o quinto a ajustar projeções após o 3T25. Veja o resumo das principais revisões:
- Ágora/Bradesco BBI: corte de quase 50% no preço-alvo. Agora prevê R$ 27 em 2026 (antes, R$ 51)
- BB Investimentos: recomendação rebaixada de compra para neutro
- BTG Pactual: preço-alvo reduzido de R$ 67 para R$ 50
- JP Morgan: rebaixou recomendação e cortou preço-alvo de R$ 52 para R$ 39
A mensagem implícita é clara.
O mercado não tem visibilidade sobre o processo de recuperação da Hapvida. Além disso, a falta de metas concretas aumenta a incerteza.
Conclusão: alta de hoje é respiro ou mudança de rota?
Apesar do avanço de mais de 4% nesta segunda-feira, o cenário continua desafiador.
A Hapvida enfrenta pressão em margens, caixa e custo médico. Ao mesmo tempo, tenta recuperar a confiança dos investidores.
A retomada pode vir? Pode.
Porém, por enquanto, o mercado segue dividido — e cauteloso.
Para seguir acompanhando os movimentos da Bolsa, análises de resultados e projeções sobre as principais empresas, continue navegando pelo Brasilvest.
Perguntas Frequentes (FAQs)
Por que as ações da Hapvida (HAPV3) subiram hoje?
Após um tombo de mais de 40% na semana passada, parte do movimento foi técnico. Ou seja, investidores buscaram recuperação.
O que mais preocupou no balanço do 3T25?
A queima de caixa livre preocupou. Além disso, a alta da sinistralidade mostrou custos pressionados.
Por que o Safra rebaixou a recomendação de HAPV3?
O banco considera os resultados fracos. Além disso, aponta visibilidade baixa e execução inconsistente desde a fusão com a GNDI.
Outros bancos também revisaram estimativas?
Sim. Ágora, BB Investimentos, BTG Pactual e JP Morgan também cortaram projeções e recomendações.
A Hapvida ainda tem potencial de valorização?
Segundo o Safra, sim. O preço-alvo de R$ 22,50 indica cerca de 25% de upside.
Os ruídos regulatórios podem prejudicar a ação?
Podem, sim. O setor de saúde suplementar vive incertezas. Como resultado, isso impacta o apetite dos investidores.









