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A Cosan (CSAN3) voltou a sentir o impacto da fragilidade financeira da Raízen (RAIZ4) no balanço do 3T25.
Desta vez, o CEO Marcelo Martins deixou claro que a pressão por uma solução é imediata.
Segundo ele, as conversas com a Shell avançaram nas últimas semanas. A Shell é dona da joint venture ao lado da Cosan.
Apesar da evolução, ainda não existe acordo fechado para apresentar ao mercado.
Cosan admite urgência para reequilibrar a Raízen
Durante a teleconferência, Martins foi direto.
A companhia “entende a urgência” de encontrar uma saída para o problema estrutural da Raízen.
Esse problema tem pressionado a alavancagem. Além disso, tem corroído a equivalência patrimonial.
A holding já realizou duas ofertas de ações. Uma de R$ 9 bilhões e outra de R$ 1,4 bilhão.
Porém, a definição sobre quanto disso irá para a Raízen depende do acerto final com a Shell.
“Temos um direcionamento mais claro do que semanas atrás. No entanto, nada está completamente definido”, afirmou o CEO.
Raízen pesa no resultado e derruba lucro da Cosan
A Cosan reportou prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão no 3T25.
O resultado reverteu o lucro de R$ 293 milhões de um ano antes.
O grande vilão? A equivalência patrimonial negativa de R$ 482 milhões.
A Raízen foi, novamente, o maior peso.
A sucroalcooleira enfrenta:
- Ebitda caindo 14%, para R$ 3,3 bilhões
- Alavancagem saltando de 2,6x para 5,1x
- Pressão severa no setor de açúcar, etanol e distribuição internacional
BTG e Perfin entram na Cosan — mas longe da Raízen
A Cosan destacou que seus novos sócios não terão participação ou influência na Raízen.
São eles: BTG Pactual (BPAC11) e Perfin.
O acordo de acionistas preserva a estrutura original da joint venture com a Shell.
Dessa forma, não haverá mudanças de governança.
Ou seja:
Os novos acionistas não terão cadeira no conselho da Raízen — nem agora, nem depois.
Shell pode aportar até US$ 1 bilhão — mas sem assumir controle
A Shell estaria disposta a injetar até US$ 1 bilhão na Raízen.
A informação vem de apurações de mercado.
Mesmo assim, a companhia britânica já sinalizou que não quer assumir o controle.
Nesse meio tempo, a Cosan tenta reorganizar sua estrutura interna:
- Integrar BTG e Perfin à holding
- Manter o portfólio preservado
- Evitar “vendas forçadas”
- Reduzir incertezas após meses de forte pressão financeira
“O horizonte se abriu. Com os novos sócios, entramos em um novo momento”, disse Martins.
Perguntas Frequentes (FAQs)
Por que a Raízen pressiona tanto o resultado da Cosan?
A equivalência patrimonial da Raízen é muito relevante para o balanço da Cosan.
Quando o desempenho da sucroalcooleira cai, o impacto é imediato na controladora.
A Shell realmente pode investir mais que a Cosan?
Sim. A britânica teria disposição para aportar valores maiores.
Porém, não quer assumir controle da joint venture.
Os novos sócios terão influência na Raízen?
Não. O acordo preserva a governança original entre Cosan e Shell.
Em outras palavras, BTG e Perfin ficam de fora do conselho da Raízen.
A Cosan pode fazer outro aporte na Raízen?
Pode. O CEO já admitiu essa possibilidade.
No entanto, isso ainda depende do acordo final com a Shell.









