Nesta reportagem você lê a análise do ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman, que afirma que o governo Lula repete passos da era Dilma. Ele diz que a gestão atual não tem condições políticas para promover reformas estruturais, aponta riscos fiscais, juros altos e crescimento do gasto social — e explica por que isso pode afetar sua vida financeira.
Você vê semelhanças entre os governos Lula e Dilma, diz ex-diretor do BC
Alexandre Schwartsman afirmou que o governo Lula vem repetindo padrões do segundo mandato de Dilma Rousseff: gastos sociais maiores, disputa eleitoral apertada e juros elevados. Para ele, a atual gestão não tem capital político para fazer o ajuste fiscal necessário, o que aumenta o risco de recessão. Esse quadro também é analisado por especialistas que apontam como os gastos do governo podem limitar a atuação do Banco Central (gastos do governo podem amarrar as mãos do BC) e pressionar decisões de política monetária.
Contexto e sinais imediatos
A taxa Selic está em 15% ao ano, o que encarece crédito e financiamento imobiliário. Ao mesmo tempo, o desemprego encontra-se em patamar historicamente baixo. Para Schwartsman, essa combinação indica uma economia sobreaquecida, justificando juros mais altos pelo Banco Central — órgão que, segundo análises, tende a manter foco em fundamentos mesmo com a proximidade das eleições (observar eleições, mas manter foco em fundamentos). Para consultar informações oficiais, veja as informações sobre Selic e Copom no site do Banco Central. A alta dos juros também repercute no crédito e no mercado imobiliário, conforme relações destacadas em reportagens sobre juros e mercado imobiliário (conexão entre gastos do governo e juros imobiliários).
Por que o ajuste fiscal é complicado
A combinação de maior gasto social e foco em reeleição reduz o espaço político para reformas. Com o aumento do endividamento, o mercado exige um prêmio de risco maior, elevando a taxa neutra e a necessidade de juros elevados para estabilizar a economia. A flexibilidade na meta fiscal aprovada este ano e outras decisões legislativas têm repercussões diretas nesse espaço, como discutido em análises sobre a meta fiscal de 2025 (o que o governo pode rever até dezembro) e a sanção que flexibilizou a meta lei que flexibiliza a meta fiscal de 2025). Pesquisas e avaliações técnicas também estão disponíveis no Ipea; consulte os estudos sobre gasto social e impacto fiscal para entender melhor os efeitos das políticas sociais sobre as contas públicas.
Quais reformas Schwartsman considera essenciais
Ele lista mudanças estruturais que, segundo ele, são necessárias para recuperar a sustentabilidade das contas públicas:
- Reforma da Previdência: elevar idades mínimas e unificar regimes, incluindo militares. Para acompanhar a tramitação e os textos oficiais, consulte a tramitação e textos de reformas da Previdência na Câmara dos Deputados.
- Revisão do BPC: alterar critérios de elegibilidade do Benefício de Prestação Continuada.
- Limitar decisões judiciais que ampliam gastos públicos via sentenças individuais.
- Ajustes no arcabouço fiscal e no teto de gastos, levando em conta desvinculação de receitas e despesas em saúde e educação.
- Reforma administrativa e redesenho do gasto social para concentrar recursos nos mais vulneráveis — tema presente no debate sobre a reforma administrativa que avança no Congresso (reforma administrativa avança e divide o Congresso).
Sem essas medidas, Schwartsman avalia que a trajetória da dívida é insustentável e a Selic terá de permanecer alta.
Cenário para juros e câmbio
O Banco Central só reduzirá juros com sinais claros de desaceleração; Schwartsman prevê uma queda consistente apenas a partir do começo de 2026, o que provavelmente exigirá aumento do desemprego. Sobre o câmbio, parte da valorização recente do real decorre do enfraquecimento do dólar globalmente. No médio prazo, a percepção de risco doméstico — especialmente se a reeleição estiver fortemente provável — tende a pressionar o dólar para cima. Projeções do Tesouro e de institutos independentes mostram como a trajetória da dívida influencia esse risco, com previsões de dívida pública em torno de 82% do PIB em 2026; veja também as projeções oficiais sobre dívida e riscos no portal do Tesouro Nacional.
Conclusão
O diagnóstico de Alexandre Schwartsman aponta um triângulo de risco: gastos sociais elevados, falta de capital político e juros altos. Se nada mudar, a Selic permanecerá alta, o custo da dívida seguirá subindo e a pressão sobre o câmbio aumentará. Para evitar isso são necessárias reformas duras — previdência, revisão do BPC, reforma administrativa e limites a decisões judiciais que ampliam gastos — e um ajuste fiscal capaz de recuperar a confiança do mercado. Esse ajuste passa por mudanças no arcabouço e no manejo da meta fiscal, temas discutidos em matérias sobre o arcabouço fiscal e análises sobre o ajuste necessário para controlar a dívida. Acompanhe a análise completa em: https://www.seudinheiro.com/2025/economia/governo-lula-repete-os-passos-da-era-dilma-diz-ex-bc-alexandre-schwartsman-gestao-atual-nao-tem-condicao-de-fazer-reformas-estruturais-davs/.
Perguntas frequentes
Por que Schwartsman diz que o governo Lula repete a era Dilma?
Porque há sinais semelhantes: aumento de gastos sociais, cenário eleitoral apertado e pouco capital político para ajustes fiscais — fatores que também aparecem em debates sobre a [meta fiscal de 2025](revisão da meta fiscal).
O que impede o governo atual de fazer reformas estruturais?
A falta de apoio no Congresso e a prioridade em estímulos sociais que aquecem a economia reduzem a margem para mudanças impopulares, cenário agravado quando medidas legislativas relevantes não avançam ou são flexibilizadas.
Como isso impacta juros, inflação e emprego?
O gasto público adicional puxa demanda; se a inflação subir, o Banco Central eleva a Selic. O desemprego baixo mantém pressão salarial, dificultando o alívio dos juros — conexão explicada em textos sobre gastos do governo e pressões sobre juros e mercado imobiliário.
Quais reformas o ex-diretor do BC recomenda?
Reforma da Previdência (idade maior e unificação), revisão do BPC, reforma administrativa e limites a decisões judiciais que ampliam gastos — pautas que estão no centro do debate legislativo e técnico.
O que pode acontecer se nada mudar antes das eleições de 2026?
Há maior risco de recessão e de trajetória da dívida se tornar insustentável; juros podem subir e o dólar sofrer pressão se a reeleição for percebida como provável. Projeções de endividamento apontam para cenários que exigem ajuste, conforme estudos sobre projeções da dívida pública.









