Você vai acompanhar a liquidação do Banco Master e por que ela virou o maior resgate acionado pelo FGC na história recente. O caso superou o rombo famoso do Bamerindus e envolve prisão de dirigentes e indícios de fraude.
Isso mexe com seus depósitos e com a confiança no sistema financeiro. O texto explica com clareza o que aconteceu e o que muda para você.
Liquidação do Banco Master vira o maior resgate da história do FGC
Você precisa saber: em 18 de novembro de 2025 o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master, acionando o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para um dos maiores pagamentos já registrados. Relatórios e autoridades indicam que o banco tinha cerca de R$ 60 bilhões em depósitos elegíveis e que o FGC deverá desembolsar aproximadamente R$ 41 bilhões para cumprir as garantias.
O que motivou a liquidação
Investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal apontam irregularidades graves. Relatórios sugerem que o banco vendeu ao Banco de Brasília (BRB) cerca de R$ 12,2 bilhões em carteiras de crédito que, segundo as apurações, não existiam. Também foram identificados documentos falsificados apresentados ao Banco Central. Durante a operação policial, foi preso o principal executivo do grupo, Daniel Vorcaro. A cronologia das ações regulatórias e das alegações de irregularidade pode ser acompanhada na cobertura que detalha a liquidação por grave crise de liquidez.
Perfil e situação recente do banco
O Banco Master nasceu em 1970 com o nome Banco Máxima. Passou por mudança de marca e de direção em 2018. Agências de risco lhe atribuíram classificações baixas nos últimos anos, e o banco divulgou lucro e patrimônio positivo no primeiro semestre de 2024. Mesmo assim, as investigações revelaram fragilidades que culminaram na intervenção do regulador. Entre as tentativas de capitalização anteriores, o BC chegou a aprovar medidas como a capitalização aprovada para o Master, que não evitou o agravamento da crise.
Impacto no FGC e no sistema financeiro
O FGC é uma entidade privada criada para proteger depositantes e preservar a estabilidade financeira. Ele garante valores aplicados em produtos elegíveis até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ (Informações sobre garantia e limites do FGC). As contribuições dos bancos ao fundo são pequenas na alíquota individual (cerca de 0,0125% sobre saldos cobertos), mas o tamanho do resgate do Master pode pressionar a recomposição do fundo. Movimentos recentes de poupança e liquidez mostram como fluxos de depósitos podem se intensificar em momentos de crise — por exemplo, sinais de saques relevantes na poupança já vinham sendo observados em outras frentes, como quando os saques na poupança bateram R$ 15 bilhões.
Analistas afirmam não haver indicação de risco sistêmico imediato, porque o Master não tinha ligações financeiras amplas com outras instituições. Ainda assim, o custo do resgate deve repercutir entre bancos no médio prazo, e o Banco Central tem usado operações de mercado para ajustar liquidez quando necessário — incluindo vendas em leilões como as de US$ 1 bilhão em leilões. Além disso, órgãos reguladores buscam fechar brechas de proteção ao consumidor e a grupos vulneráveis.
Comparação histórica: o caso Bamerindus
O Bamerindus foi um grande caso nos anos 1990: má gestão e perdas levaram à intervenção do Banco Central. À época, o rombo identificado levou o FGC a pagar cerca de R$ 3,7 bilhões — valor que, corrigido, equivaleria a aproximadamente R$ 20 bilhões hoje. Parte das operações do Bamerindus foi vendida ao HSBC em 1998; a liquidação da parte ruim se estendeu por muitos anos e só foi encerrada em 2014. Em termos nominais, o resgate do Master supera esse marco histórico.
Conclusão
A liquidação do Banco Master se tornou o maior resgate acionado pelo FGC na história recente. O desembolso estimado de R$ 41 bilhões, as suspeitas de fraude e a atuação do Banco Central — com prisões e documentos falsificados — não são apenas manchete; são um choque que abala a confiança no sistema financeiro. Autoridades políticas também comentaram o caso, com pedidos de processos robustos após a prisão do controlador, como registrado na reação pública que evitou posicionamentos firmes sobre o episódio (declarações sobre o caso Master). Para você, o essencial é direto: o FGC protege depósitos até R$ 250 mil, então muitos poupadores continuam resguardados, mas o tamanho do resgate pressiona a recomposição do fundo e eleva custos para o mercado.
Perguntas frequentes
O que causou o rombo do Bamerindus que obrigou o FGC a agir?
Má gestão, dívidas altas, perdas após mudanças econômicas e patrimônio negativo levaram à intervenção do Banco Central.
Quanto o FGC pagou no resgate do Bamerindus e quanto isso vale hoje?
Na época foram R$ 3,7 bilhões; hoje isso equivale a cerca de R$ 20 bilhões corrigidos.
Por que o jingle da Poupança Bamerindus ficou tão famoso?
Era simples, veiculado nacionalmente e ficou na memória do público.
Como o caso do Banco Master superou o Bamerindus em tamanho?
O Master tinha muito mais depósitos cobertos; estima-se que o FGC precise desembolsar cerca de R$ 41 bilhões. Investigações apontaram fraude em carteiras de crédito.
O que esses grandes resgates significam para o sistema financeiro?
Protegem poupadores até o limite do FGC, aumentam pressão sobre o fundo e mostram necessidade de supervisão e controles mais rigorosos.









