Siga-nos no Instagram: @brasilvest.news
O clima de aversão ao risco tomou conta do mercado cripto nesta sexta-feira (21). O Bitcoin (BTC) aprofundou as perdas e caiu para US$ 82.540, atingindo o menor valor desde 10 de abril. A queda ocorre em meio a um tombo generalizado das principais criptomoedas, enquanto o setor já encolheu US$ 1,5 trilhão em valor de mercado desde o pico de 6 de outubro — movimento que ameaça transformar novembro no pior mês desde o colapso da FTX.
A forte correção é impulsionada por liquidações em massa no mercado futuro e pelo aumento da preocupação com o cenário macroeconômico global.
O que está derrubando o Bitcoin agora?
Nas últimas 24 horas, o BTC recuou 9,9%, acumulando 23,8% de queda em 30 dias. O movimento ganhou força com novas liquidações que somaram mais US$ 2 bilhões, depois de um episódio em 10 de outubro que já havia eliminado US$ 19 bilhões em posições alavancadas.
Para o analista Tony Sycamore, da IG, o cenário preocupa: segundo ele, se o Bitcoin estiver refletindo o sentimento de risco global, “as coisas podem começar a ficar muito feias”.
As altcoins também desabaram
O movimento de queda é amplo, atingindo praticamente todas as principais criptomoedas:
- Ethereum (ETH): US$ 2.684 (-10,8%)
- XRP (XRP): -9,7%
- BNB (BNB): -9,1%
- Solana (SOL): -10,9%
- Dogecoin (DOGE): -11,3%
- Cardano (ADA): -13,5%
Entre poucas exceções, Zcash (ZEC) operava estável, enquanto Bitcoin Cash (BCH) mostrava queda mais moderada, de 7,1%.
Saídas recordes de ETFs agravam o sentimento
O ambiente institucional também pesou. ETFs de Bitcoin nos EUA registraram US$ 903 milhões em saídas na quinta-feira — o segundo maior fluxo desde o lançamento desses produtos em 2024.
O interesse aberto em futuros perpétuos caiu 35% desde o pico de outubro, sinalizando forte redução no apetite por risco.
“Desde a queda acentuada recente, o mercado parece desestabilizado e fragmentado”, disse Sycamore.
O Citi acrescentou que a região de US$ 80 mil é considerada um nível crucial, por estar próxima da média de reservas de BTC mantidas por ETFs.
Aversão ao risco ganha força também nas bolsas dos EUA
A instabilidade do mercado cripto acontece no mesmo momento em que Wall Street enfrenta correções importantes. Na quinta-feira, o S&P 500 caiu 1,6%, e o Nasdaq recuou 2,4%, enquanto o VIX, índice do medo, disparou 12%, para 26,4.
O Morgan Stanley apontou que, mesmo com resultados fortes, o balanço da Nvidia não trouxe o impulso adicional esperado pelo mercado, aumentando dúvidas sobre valuations esticados e sobre o ritmo de cortes de juros do Federal Reserve.
A turbulência no mercado cripto também contaminou setores sensíveis como data centers, mineradoras e empresas ligadas à infraestrutura de ativos digitais.
Expectativa para o Federal Reserve aumenta a incerteza
Apesar de os futuros dos índices dos EUA operarem em alta nesta sexta (21), investidores seguem atentos à próxima decisão de juros do Fed.
A probabilidade de corte em dezembro recuou após o Departamento do Trabalho informar que o setor privado criou 119 mil vagas em setembro, bem acima das 50 mil estimadas — reforçando a visão de um mercado de trabalho mais forte.
Conclusão: um dos piores momentos do mercado cripto desde a FTX
O Bitcoin rompeu níveis importantes e reacende o medo de uma queda mais profunda. Com liquidações em cadeia, saídas de ETFs e aversão ao risco global, os próximos dias serão decisivos para entender se o mercado encontrará suporte ou continuará no movimento de baixa.
Para acompanhar tudo o que mexe com o mercado cripto e financeiro, continue navegando pelo Brasilvest.
Perguntas Frequentes (FAQs)
Por que o Bitcoin caiu para o menor nível desde abril?
Por causa da combinação de liquidações em massa, aversão ao risco global e saídas recordes de ETFs.
Quanto o mercado cripto perdeu desde outubro?
Aproximadamente US$ 1,5 trilhão em valor de mercado.
Quais criptos caíram além do Bitcoin?
Ethereum, Solana, XRP, BNB, Dogecoin, Cardano e outras registraram fortes quedas.
ETFs de Bitcoin influenciaram a baixa?
Sim. Houve US$ 903 milhões em saídas, pressionando ainda mais o mercado.
O cenário macroeconômico está pesando na queda?
Sim. Bolsas em queda, volatilidade alta e incerteza sobre juros afetam o apetite por risco.
O nível de US$ 80 mil é importante?
Sim. Analistas dizem que ele está próximo da média de reservas mantidas por ETFs, podendo funcionar como suporte.









