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O Bitcoin (BTC) amanheceu em clima de “liquidação” nesta segunda-feira (24). Cotado perto de US$ 86 mil, o criptoativo chegou a tocar níveis abaixo de US$ 82 mil na sexta-feira (21) — seu menor valor desde abril — reacendendo a dúvida entre investidores: isso é promoção antecipada de Black Friday ou uma baita cilada?
A queda ocorre em meio ao bear market que tomou conta do universo cripto, impulsionado pela aversão global ao risco e pelo medo de juros mais altos nos Estados Unidos.
O que derrubou o Bitcoin nos últimos dias?
Após bater recordes no início de novembro, o mercado cripto entrou em modo de realização de lucros. Segundo Ricardo Dantas, CEO da Foxbit, vários fatores contribuíram:
- Fortalecimento do dólar
- Aumento da aversão ao risco no mundo
- Incertezas geopolíticas
- Temor de condições financeiras mais apertadas nos EUA
O Bitcoin acumula queda de 22% em um mês e 15% apenas na última semana.
A pressão piorou após um Payroll mais forte reacender dúvidas sobre novos cortes de juros pelo Fed em dezembro.
Juros altos continuam sendo o grande vilão
Para Julián Colombo, diretor da Bitso, o Federal Reserve segue pesando no mercado:
“Enquanto persistir a incerteza sobre a política monetária, parte dos investidores tende a buscar posições mais conservadoras.”
O sentimento pessimista é reforçado pelo Fear & Greed Index, que entrou em “medo extremo” — sinal de que o mercado está emocionalmente frágil.
Mas há chance de recuperação no curto prazo?
Sim… e não.
Especialistas afirmam que há espaço tanto para uma recuperação quanto para novas quedas — e que ninguém deveria tomar decisões baseadas apenas no curtíssimo prazo.
Rony Szuster, do Mercado Bitcoin, destaca dois pontos:
- A incerteza sobre o Fed pode gerar mais pressão
- A melhora da liquidez global pode puxar uma recuperação em dezembro, já que o Fed deve parar de reduzir seu balanço
Já Dantas lembra que quedas fazem parte do ciclo natural do Bitcoin:
“O mercado alterna fases de valorização intensa com períodos de ajuste.”
E os ETFs? Estão pressionando o mercado?
Sim. Os ETFs de Bitcoin à vista tiveram saídas de US$ 903 milhões na quinta-feira — o segundo maior fluxo negativo desde o lançamento em 2024.
Esse movimento acelera a pressão vendedora, ampliando as quedas.
Investidores brasileiros estão comprando a “promoção”?
Estão — e bastante.
Dados do Mercado Bitcoin mostram que:
- O número de compradores subiu 40,9% nas últimas duas semanas
- A relação compradores/vendedores pulou para 2,35 para 1
- O volume de compras ficou 10% acima do registrado em momentos de otimismo
Ou seja, muita gente está tentando se antecipar a uma possível retomada.
Mas isso não significa que o risco desapareceu.
Comprar agora: oportunidade ou risco demais?
Depende do seu horizonte de investimento.
Curto prazo: não é o momento ideal
Segundo Sarah Uska, analista do Bitybank:
“Não dá para enxergar uma perspectiva muito positiva no curto prazo.”
Longo prazo → Pode ser uma oportunidade
Para Andre Franco, CEO da Boost Research:
“Os preços atuais podem ser atrativos, mas o prudente é esperar um cenário mais claro para não ‘tentar pegar a faca caindo’.”
Em outras palavras:
Se você pensa em longo prazo, é possível que a queda atual pareça uma promoção.
Se pensa em ganhos rápidos, a volatilidade pode virar uma armadilha.
Conclusão: promoção interessante, mas com etiqueta de risco
O Bitcoin está em um dos momentos mais baratos dos últimos meses — e muitos investidores já estão aproveitando.
Mas a incerteza sobre juros, liquidez e sentimento global ainda pode empurrar o preço para baixo antes de qualquer recuperação sólida.
Por isso, a pergunta não é só “comprar ou não comprar?”, mas sim “qual é seu prazo, seu risco e sua estratégia?”
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Perguntas Frequentes (FAQs)
Por que o Bitcoin caiu tanto nos últimos dias?
Por realização de lucros, dólar forte, aversão global ao risco e incertezas sobre juros nos EUA.
É um bom momento para comprar Bitcoin?
Para longo prazo, pode ser. Para curto prazo, a volatilidade ainda é alta e indica cautela.
O Fed influencia o preço do Bitcoin?
Sim. Juros altos reduzem o apetite por ativos de risco, como criptomoedas.
O Fear & Greed Index importa?
Importa como termômetro emocional: ele está em “medo extremo”, sinalizando cautela entre investidores.
Os ETFs estão pressionando o mercado?
Sim. Houve fortes saídas recentes, empurrando o preço do BTC para baixo.
O sentimento dos investidores brasileiros melhorou?
Sim. O número de compradores cresceu quase 41% nas últimas semanas.









