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A fala de Christopher Waller, diretor do Federal Reserve, caiu como uma bomba no mercado nesta segunda-feira. Ele deixou claro que um novo corte de juros em dezembro parece “oportuno”, mas já avisou que janeiro pode virar um grande ponto de interrogação. E isso, claro, mexe com bolsas, dólar, renda fixa e expectativas globais — inclusive no Brasil.
Nos bastidores, o que está em jogo é um mercado de trabalho que permanece fraco, dados oficiais atrasados e um cenário econômico que pode virar na virada do ano. Vamos entender tudo isso de forma clara e sem enrolação.
Por que Waller vê dezembro como um mês ideal para cortar juros?
Waller explicou que os dados mais recentes — vindo principalmente de fornecedores privados — mostram que o emprego nos EUA segue enfraquecido, sem sinais de recuperação. Para ele, isso abre espaço para mais um corte de 0,25 ponto percentual na reunião do Fed marcada para 9 e 10 de dezembro.
Como os relatórios oficiais foram atrasados pela paralisação de 43 dias no governo dos EUA, o Fed está trabalhando parcialmente no escuro. Mesmo assim, Waller afirmou que nada material mudou desde a última reunião: o mercado de trabalho continua frágil e a inflação segue perdendo força.
Por isso, segundo ele, cortar agora faz sentido.
Mas por que janeiro virou um grande ponto de dúvida?
A partir de janeiro, o Fed terá finalmente em mãos uma enxurrada de dados represados, incluindo emprego e inflação de outubro, novembro e dezembro. E tudo pode mudar — para melhor ou pior.
Segundo Waller:
- Se os dados mantiverem o cenário atual, um novo corte em janeiro é possível.
- Mas se houver qualquer surpresa negativa — como inflação reacelerando ou emprego se fortalecendo rapidamente — o Fed pode colocar o pé no freio.
A mensagem é clara: dezembro está praticamente encaminhado, mas janeiro vai depender de números muito sensíveis.
Por que o Fed está tão dividido sobre os próximos passos?
Apesar das falas recentes que aumentaram a aposta do mercado em mais um corte, o Fed não está alinhado internamente. Parte dos dirigentes teme que a inflação ainda esteja mais resistente do que parece. Outros temem que o desemprego continue subindo — o que Waller classificou como o maior risco no momento.
Diante da falta de dados oficiais, o banco central tem se apoiado em:
- Informações de consultorias privadas
- Relatos de empresas e famílias pelo país
- Insights do Livro Bege, que sai duas semanas antes de cada reunião
E até agora, tudo aponta para uma economia ainda enfraquecida, não aquecida.
O que o mercado vai observar até janeiro?
Os próximos dados oficiais de novembro só chegam após a reunião de dezembro. Por isso, as atenções se voltam para:
- Tendências de inflação
- Ritmo de contratações
- Taxa de desemprego
- Novas projeções econômicas que o Fed publicará em janeiro
Hoje, segundo o CME FedWatch, os investidores apostam de dois a três cortes de juros ao longo do próximo ano. Mas Waller deixou subentendido que tudo pode mudar rapidamente.
O que esperar da reunião de janeiro do Fed?
Waller sugeriu que, a partir do início do ano, o Fed pode voltar a tomar decisões reunião a reunião, sem trajetória definida.
Ele mesmo resumiu:
“Ainda não acho que o mercado de trabalho vá se recuperar nas próximas seis ou oito semanas.”
Ou seja, embora as dúvidas existam, a tendência ainda favorece um cenário mais dovish, desde que nenhum dado importante surpreenda negativamente.
Conclusão: o que isso significa para quem investe?
A declaração de Waller reforça que dezembro deve trazer novo corte, mas janeiro será decisivo para entender a direção do Fed em 2025. Para os mercados globais, isso significa mais volatilidade, mais cautela e movimentos rápidos conforme cada novo dado for divulgado.
Se você acompanha juros, dólar, bolsas e renda fixa, prepare-se: os próximos meses serão intensos.
E para continuar por dentro de tudo que mexe com o mercado, continue navegando pelo Brasilvest.
Perguntas Frequentes (FAQs)
O Fed deve cortar juros em dezembro?
Sim. Segundo Waller, os dados atuais apontam para um cenário que justifica um novo corte de 0,25 ponto percentual.
Por que janeiro é mais incerto?
Porque o Fed receberá uma grande quantidade de dados atrasados, que podem confirmar ou mudar completamente o cenário atual.
O mercado de trabalho dos EUA está fraco mesmo?
Sim. Waller disse que não há sinais de melhora e que a fraqueza do emprego continua sendo um ponto central para novos cortes.
A inflação ainda preocupa o Fed?
Preocupa, mas menos que antes. Porém, se os dados mostrarem reaceleração, isso pode travar cortes futuros.
Quantos cortes o mercado espera para 2025?
Atualmente, as projeções apontam para dois a três cortes, conforme dados do CME FedWatch.









