O adiamento da versão digital do real, o DREX, junto ao avanço regulatório para criptomoedas, vem fortalecendo o uso de stablecoins referenciadas ao real no Brasil. O effecto é visto como renascimento de um mercado que já parecia contido — e agora se movimenta com mais agilidade.
Por que o atraso do DREX importa?
O projeto do Banco Central do Brasil (BC) — o DREX — estava previsto para se tornar uma unidade digital do real, com ampla adoção de carteira digital e pagamentos tokenizados. Entretanto, após a fase-2 do piloto, o BC optou por desligar a infraestrutura de testes, por conta de falhas de privacidade e segurança.
Enquanto isso, o mercado de stablecoins — criptomoedas lastreadas em moedas fiduciárias — avança e atrai atenção tanto de investidores quanto de reguladores. Essa lacuna no lançamento do DREX abre caminho para outras formas de tokenização do real.
Como a regulação ajuda a impulsionar as stablecoins?
Recentemente, o órgão regulador brasileiro publicou regras que enquadram as operações com stablecoins referenciadas em moeda estrangeira ou local como operações de câmbio, com tributação específica (ex: IOF) e registro perante o sistema financeiro.
Este ambiente regulatório mais claro gera duas consequências principais:
- Confiança: Ao haver normativos, as empresas e usuários se sentem mais seguros para adotar stablecoins.
- Oportunidade de mercado: Com o DREX ainda em espera, stablecoins locais ganham fôlego para se posicionarem como meio alternativo de pagamento e liquidação.
Impactos esperados para o mercado brasileiro:
Crescimento da adoção
Com o DREX em atraso, fintechs e exchanges já tentam oferecer versões de stablecoins em real ou híbridas, visando atender empresas que querem rapidez, menor burocracia e taxas competitivas.
Pressão em médias e grandes empresas
Empresas que fazem pagamentos internacionais ou operam em modelos SaaS, por exemplo, enxergam nas stablecoins uma alternativa ao câmbio tradicional. Ao mesmo tempo, reguladores exigem compliance, o que eleva os custos operacionais para quem não se adequa.
A questão da competitividade internacional
Se os players brasileiros ficarem lentos, podem perder terreno para fintechs estrangeiras que atuam com stablecoins de dólar ou euro, com regimes regulatórios menos onerosos. O atraso do DREX e a regulação local podem se tornar diferencial competitivo — ou desvantagem.
Principais desafios que ficam à frente
- A lacuna de adoção do DREX: sem ele em pleno funcionamento, o Brasil enfrenta risco de deixar o “vácuo digital” que stablecoins privadas podem preencher.
- A clareza regulatória ainda incompleta: apesar de avanços, há ambiguidades sobre tributação, enquadramento e responsabilidade em operações tokenizadas.
- Segurança e privacidade: o desligamento da infraestrutura de teste do DREX apontou vulnerabilidades importantes em blockchain, que exigem nova arquitetura e mais tempo.
O que observar nos próximos meses?
- A retomada do DREX: se o BC definir cronograma e tecnologia para 2026, isso poderá impactar a estrutura de stablecoins no Brasil.
- A evolução das regras de stablecoins: novos marcos regulatórios (internacionais e nacionais) podem alterar rapidamente o cenário competitivo.
- A adesão de empresas: acompanhar quantas organizações começam a operar com stablecoins de real e como isso influencia o câmbio, pagamentos e custos de transação.
Conclusão
O atraso no lançamento do DREX somado à clareza regulatória emergente cria um momento único para as stablecoins de real. Para empresas e investidores, surge uma janela de oportunidade — mas também de cautela.
A inovação avança, mas exige atenção ao compliance, segurança e alinhamento com normas.
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Perguntas Frequentes (FAQ)
O que levou ao atraso do DREX?
O DREX atrasou porque o Banco Central identificou falhas de privacidade, segurança e arquitetura durante o piloto, o que exigiu o desligamento da infraestrutura de testes e revisão completa do projeto.
O atraso do DREX favorece as stablecoins de real?
Sim. Como o real digital não avançou, empresas e usuários passaram a buscar alternativas, e as stablecoins lastreadas em real ganharam espaço e adoção acelerada.
Stablecoins de real são regulamentadas no Brasil?
Parcialmente. Operações com stablecoins passaram a ser tratadas como operações de câmbio, exigindo registro, pagamento de IOF e adequação às normas do sistema financeiro — o que dá mais segurança ao mercado.
Qual a principal vantagem das stablecoins para empresas?
Elas permitem pagamentos rápidos, internacionais e com menor burocracia, além de oferecer custos mais competitivos em comparação ao câmbio tradicional.
O DREX pode substituir as stablecoins no futuro?
Depende. Se o Banco Central retomar o cronograma e entregar um sistema seguro e funcional, o DREX pode competir com stablecoins. Porém, hoje, as stablecoins estão anos-luz à frente em adoção.
As stablecoins trazem riscos?
Sim. Mesmo com regulação, há riscos de custódia, volatilidade da empresa emissora, compliance insuficiente e eventuais mudanças regulatórias que podem afetar custos e operações.









