Se você acha que as maiores operações de tecnologia estão apenas nas grandes capitais, talvez seja hora de rever sua percepção. É no interior de São Paulo que uma potência gamer está prestes a fechar o ano com um faturamento bilionário — e com planos ousados para dominar ainda mais o mercado.
Pouca gente imagina, mas é de Limeira, a mais de quatro horas da capital paulista, que sai boa parte do que move o universo gamer no Brasil. A KaBuM!, marca controlada pelo Magalu desde 2021, passou por uma transformação completa, deixou para trás produtos que “não conversavam” com seu público e hoje se prepara para a maior Black Friday da sua história.
Como a KaBuM! mudou a estratégia e voltou às origens?
Quando Julio Trajano assumiu o comando da empresa em 2023, o cenário não estava alinhado com o que a marca sempre representou. Havia brinquedos, eletros e itens de casa ocupando espaço — e afastando a empresa do seu DNA.
A decisão foi radical: cortar quase 60 mil produtos e voltar a focar no que realmente faz diferença para o consumidor gamer — hardware, consoles, periféricos e acessórios de alto desempenho.
O resultado? Um reposicionamento claro, mais rentabilidade e um crescimento expressivo. Em 2025, o faturamento deve chegar a R$ 5 bilhões, impulsionado por uma operação mais enxuta e uma estratégia totalmente recalibrada.
O que está por trás da nova conexão com a geração gamer?
Para falar com quem vive e respira tecnologia, não basta anunciar: é preciso entender a cultura. Julio, que não era gamer, precisou correr atrás — e virou aluno dos próprios clientes.
Hoje, o KaBuM! conversa diretamente com um público entre 16 e 45 anos, que busca desde um mouse de R$ 100 até PCs totalmente customizados. A marca também investe em comunidade:
- Game house com time profissional
- Parcerias com Gaules, Baiano, Alanzoka
- Maior comunidade gamer no Discord do Brasil
- Fortalecimento da marca própria Husky
Esse movimento criou identificação autêntica — e resultados financeiros sólidos.
Por que a Black Friday de 2025 é tão importante para a KaBuM!?
A data é o “Super Bowl” da empresa. Lives, cupons diários, mega promoções e colaborações com influenciadores fazem parte do plano.
Neste ano, uma ação com o Magalu chamou atenção: um push oferecendo um teclado por R$ 19,90, que atraiu 80% de clientes novos.
E aqui, nada de maquiagem de preços: o CEO exige validação de valores dos 40 dias anteriores. Oferta tem que ser real, reforça Julio.
KaBuM! abre portas físicas: por que essa aposta?
Apesar de ser um dos e-commerces mais tradicionais do país, a KaBuM! percebeu uma oportunidade no presencial. A primeira loja, aberta dentro de uma unidade do Magalu, superou expectativas e abriu caminho para algo maior.
Agora, em dezembro, a marca inaugura seu espaço mais ambicioso: uma loja de 400 m² na Avenida Paulista, com:
- Arena gamer
- Telões de LED
- Estação Monte Seu PC com apoio de IA
- Ticket médio de R$ 6.500
É a primeira experiência física do tipo no Brasil — e deve se expandir para grandes capitais.
Como a KaBuM! enfrenta os gigantes internacionais e os juros altos?
O setor vive sob forte pressão, com concorrência asiática e custos logísticos elevados. Para Julio, a empresa sobrevive porque não tenta disputar onde não pode vencer:
“Eles jogam com caminhão bitrem. A gente vai pelo acostamento.”
Hoje, 75% das vendas são diretas e o restante vem do marketplace. Cerca de 60% dos produtos são importados com planejamento minucioso. Em 2025, a empresa zerou a dívida e voltou a operar com caixa positivo.
É uma operação eficiente, lucrativa e focada — exatamente o que sustenta o crescimento.
Conclusão: o KaBuM! achou o próprio caminho — e quer crescer sem perder identidade
Com a estratégia atual, a empresa parece ter encontrado o equilíbrio perfeito: foco, comunidade, novos formatos de venda e uma comunicação alinhada ao que o gamer realmente espera. Se mantiver esse ritmo, o KaBuM! promete continuar ditando tendências no universo tech.
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FAQs
O que mudou na estratégia da KaBuM! depois da compra pelo Magalu?
A empresa reduziu drasticamente o portfólio e voltou a focar em tecnologia, hardware e games.
Por que a sede fica em Limeira e não em São Paulo?
Porque a operação cresceu no interior e se mostrou eficiente ali, com logística robusta e mão de obra especializada.
A loja física na Paulista vai vender produtos ou só experiências?
Os dois: o cliente compra, testa, monta o PC e recebe em casa se quiser.
A Husky é da KaBuM!?
Sim. É a marca própria de periféricos, posicionada com preços competitivos e boa margem.
A KaBuM! ainda disputa espaço com marketplaces asiáticos?
Disputa, mas com foco em nicho e produtos de alto valor, não no varejo ultrabarato.
O KaBuM! realmente vai bater R$ 5 bilhões em 2025?
Sim, essa é a projeção da empresa para o fechamento do ano.









