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quinta-feira, novembro 27, 2025
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Ramagem afirma que segue como deputado mesmo dos EUA e diz estar “regular”

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) declarou que continuará suas atividades parlamentares mesmo estando nos Estados Unidos. Ele afirma estar em situação “regular” fora do país — e promete trabalhar “à distância”, apesar da ordem de prisão preventiva emitida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A postura aberta coloca em evidência tensões entre jurisprudência, regras da Câmara e os desdobramentos da condenação criminal.

Quem é Ramagem e por que ele está fora do Brasil?

Ramagem foi condenado pelo STF, em setembro de 2025, a 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão por crimes ligados à trama golpista — como organização criminosa armada e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito.

Apesar disso, ele deixou o Brasil e, segundo ele, viajou com sua família aos EUA para “proteção”.

Ramagem afirma que a saída ocorreu antes da ordem de prisão.
Nesse sentido, ele nega o rótulo de foragido: “Estou seguro, com anuência do governo americano”, disse em vídeo postado nas redes sociais.

A justificativa: “mandato pode ser exercido à distância”

Em declaração pública, o parlamentar defendeu que pode seguir exercendo o mandato mesmo fora do país. Segundo ele, a Constituição e o regimento da Câmara permitem esse tipo de atuação à distância — e que outros parlamentares já trabalham assim.

Ramagem também questionou a ordem de prisão: considera que a medida cautelar é “ilegal” e que o processo tramitou de forma injusta.

Além disso, ele aproveitou para reiterar apoio a um projeto de “anistia ampla, geral e irrestrita” — sugerindo que vai articular sua aprovação mesmo de fora do Brasil.

Críticas: mandato exige presença, decisão da Câmara e risco jurídico

Por outro lado, a permanência de um deputado no exterior, sem autorização oficial, contraria regras práticas de funcionamento da casa. Sessões do Legislativo ocorrem presencialmente em Brasília, e faltas injustificadas podem levar à perda de mandato.

Fontes da Câmara informaram que não receberam qualquer pedido formal para missão no exterior — o que torna a atuação alegada por Ramagem incompatível com as normas internas.

Além disso, a ordem de prisão contra ele partiu do STF, e a condenação já transitou em julgamento no âmbito da trama golpista — o que implica inelegibilidade e suspensão dos direitos políticos, segundo determinação se confirmada.
Dessa forma, sua alegação de “regularidade” esbarra em barreiras legais e regimentais.

O que esperar agora: desfecho judicial e político

Com a condenação confirmada e a ordem de prisão já válida, o ambiente para Ramagem torna-se delicado. A expectativa recai sobre a reação da Mesa da Câmara: ela pode declarar a perda de mandato se considerar que houve violação das normas internas. Muitos juristas e parlamentares já questionam a validade da atuação “remota” alegada.

Caso a suspensão do mandato se confirme, Ramagem também perde a prerrogativa de exercer cargos públicos e seus direitos políticos ficam suspensos. Assim, qualquer tentativa de aprovação de anistia por ele será altamente contestada, tanto legalmente quanto politicamente.

De qualquer forma, o episódio acentua um dilema latente: até que ponto um parlamentar condenado e fora do país pode reivindicar mandato ativo? A resposta ainda está aberta — e pode definir precedentes para o Congresso.

Conclusão

O posicionamento de Alexandre Ramagem revela que ele aposta em uma interpretação ampla da norma para justificar a manutenção do mandato a distância. Porém, o arranjo viola a letra prática do regimento da Câmara e enfrenta forte desgaste legal e político. A tendência é que o desenrolar judicial da condenação — e a eventual decisão da Mesa da Casa — definam se esse tipo de argumento se sustenta ou se será rejeitado.

Acompanhe as próximas fases desse caso aqui no Brasilvest vamos trazer cada desenvolvimento em tempo real.

Perguntas frequentes (FAQ)

Quem é Alexandre Ramagem?

Ramagem é delegado e político, do PL-RJ. Já foi diretor da ABIN e, eleito deputado federal, foi condenado em 2025 pelo STF a 16 anos e pouco por crimes de organização criminosa armada e tentativa de golpe.

Por que ele está nos Estados Unidos?

Ele afirma ter deixado o Brasil com a família para proteger todos de “perseguição” após a ordem de prisão preventiva — e diz ter anuência do governo americano para estar lá.

Ele pode continuar exercendo o mandato mesmo fora do país?

Ele alega que sim — afirma que o mandato permite atuação à distância. Mas as regras da Câmara exigem presença em sessões; sem autorização oficial, sua alegação enfrenta forte contestação.

O que acontece se a Câmara declarar perda de mandato?

Em caso de perda de mandato, Ramagem perde o posto de deputado, seus direitos políticos são suspensos e ele se torna inelegível. Também perde prerrogativa de exercer cargos públicos.

A condenação do STF já transitou em julgado?

Não há confirmação pública de trânsito em julgado. Mesmo assim, a condenação firmada torna possível a execução, e a ordem de prisão já foi cumprida preventivamente.

Quais os próximos passos do caso?

Pode haver: decisão da Mesa da Câmara sobre mandato; pedido de extradição ou cooperação internacional; embates judiciais sobre legalidade da prisão; ações políticas sobre a proposta de anistia que Ramagem defende.

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