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A nova tendência do mercado de trabalho não é mais o quiet quitting ou o loud quitting. Agora, muitos funcionários estão simplesmente sumindo do emprego, sem aviso prévio, carta de demissão ou conversa com o chefe. Esse comportamento, apelidado de “demissão por vingança”, já foi adotado por quase metade dos trabalhadores dos EUA, segundo um relatório da plataforma Monster.
Mas o que está por trás desse movimento tão radical — e por que ele vem se tornando tão comum?
Por que tantos trabalhadores estão largando o emprego sem aviso?
A pesquisa aponta que o motivo vai muito além de salário. O grande vilão é o ambiente tóxico. Funcionários relatam sentir-se desvalorizados, ignorados pela liderança e desgastados pela má gestão.
Segundo Vicki Salemi, especialista em carreira da Monster, quando um profissional abandona o cargo de repente, o gesto diz menos sobre impulsividade e mais sobre perda total de confiança na empresa.
Ou seja: não se trata de uma decisão precipitada, mas de um acúmulo de frustrações.
Quem está pedindo demissão por vingança?
Ao contrário do que muitos imaginam, não são apenas jovens recém-contratados ou profissionais em início de carreira.
A maioria dos que desapareceram sem aviso estava na empresa há dois anos ou mais. Isso revela um ponto importante: o problema não é falta de experiência — é falta de ambiente saudável.
E o impacto é maior do que parece. Quase 60% dos trabalhadores já presenciaram um colega abandonar o emprego de forma abrupta. Em alguns casos, até quatro ou mais pessoas fizeram o mesmo, criando um efeito dominó difícil de reverter.
O que realmente leva à demissão por vingança?
Surpreendentemente, salário baixo aparece como motivo para apenas 4% desses casos. O que mais pesa é:
- Ambiente tóxico
- Má gestão
- Sensação de desvalorização
- Falta de voz e de reconhecimento
- Pouca oportunidade real de crescimento
A conclusão é simples: quando a cultura é ruim, o dinheiro não compensa.
E para piorar, cerca de 90% dos trabalhadores acreditam que abandonar o emprego dessa forma é justificável num ambiente nocivo. Metade encara isso como uma forma válida de protesto.
Como esse comportamento afeta quem fica?
As consequências internas são imediatas.
Projetos travam, equipes ficam sobrecarregadas e a moral despenca. Profissionais que permanecem sentem insegurança e começam a cogitar sair também — o famoso ciclo de rotatividade em cascata.
A empresa perde produtividade, imagem e, muitas vezes, talentos valiosos que poderiam ter sido retidos com ações simples.
Como as empresas podem evitar esse tipo de saída?
A solução não está apenas em aumentar salários. Segundo o estudo, o que realmente reduz a demissão por vingança é:
- Criar ambientes de trabalho seguros e respeitosos
- Treinar gestores para liderar com empatia e comunicação clara
- Reconhecer contribuições de forma consistente
- Oferecer salários competitivos e caminhos reais de carreira
Os funcionários querem ver futuro. Querem ser ouvidos. E querem trabalhar em um lugar onde sua presença faça diferença — não apenas número na folha de pagamento.
No mercado atual, empresas que ignoram esses sinais correm o risco de perder talentos de forma abrupta. Já aquelas que enfrentam os problemas com transparência tendem a construir equipes mais leais e estáveis.
Conclusão: quando o ambiente é ruim, ninguém quer explicar por que está saindo
A demissão por vingança não nasce do nada. Ela é resultado de culturas tóxicas, lideranças frágeis e falta de reconhecimento. O relatório deixa claro: não é o funcionário que some — é a empresa que o perdeu muito antes disso.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
O que é demissão por vingança?
É quando o funcionário abandona o emprego sem aviso prévio como resposta a um ambiente tóxico ou má gestão.
Por que tantos trabalhadores estão adotando essa prática?
O principal motivo é a frustração com a liderança, falta de reconhecimento e ambientes desgastantes.
Quem mais faz demissão por vingança?
Trabalhadores com mais de dois anos na empresa, mostrando que o problema não é falta de comprometimento, mas desgaste acumulado.
Isso afeta as equipes que ficam?
Sim. Projetos param, a carga aumenta e a moral geralmente cai, aumentando a rotatividade.
Dinheiro resolve o problema?
Os dados mostram que não. Apenas 4% deixaram o emprego por salário baixo. Cultura pesa muito mais.
Como evitar esse tipo de saída repentina?
Com cultura saudável, comunicação clara, reconhecimento contínuo e liderança capacitada.









