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O Drex, versão digital do real idealizada como uma das CBDCs mais avançadas do mundo, perdeu tração — e não foi apenas por decisão técnica do Banco Central. Segundo uma publicação recente do BIS (Bank for International Settlements), o próprio Pix pode ter sido o grande responsável por tirar o brilho do projeto piloto.
O BC já havia provocado estranhamento ao abandonar o uso de blockchain nos testes mais recentes do Drex. Mas o BIS indica um ponto ainda mais decisivo: não havia demanda suficiente, porque o Pix já resolveu — e muito bem — o problema que as CBDCs buscavam endereçar no varejo.
Pix cresceu tão rápido que “ocupou” o espaço do Drex?
De acordo com o BIS, o Pix alcançou uma adoção sem precedentes. Em menos de um ano após o lançamento, mais de dois terços da população adulta já utilizava o sistema. Em 2024 e 2025, o número saltou para mais de 90%.
E a comparação de custos impressiona:
- Pagamentos P2P no Pix: gratuitos
- Pagamentos para comerciantes: custo médio de 0,22%
- Cartões de crédito: cerca de 2,1%
Com uma infraestrutura tão eficiente, barata e amplamente aceita, a necessidade de uma moeda digital para o uso cotidiano ficou, no mínimo, menos urgente.
Mas o que isso tem a ver com o fim do Drex?
As CBDCs vêm sendo desenvolvidas em ritmo acelerado em países onde transferências eletrônicas ainda não são tão maduras. Em regiões como Estados Unidos e União Europeia, o uso de cheques e dinheiro físico ainda é comum, e soluções blockchain prometiam preencher lacunas.
No Brasil, porém, o cenário é completamente diferente:
TED, DOC e, principalmente, o Pix já resolvem o problema do varejo.
Rápido, barato e universal — o Pix fechou a porta para o Drex como meio de pagamento do dia a dia.
E o Drex morreu de vez?
Ainda não. O projeto foi reposicionado para o atacado, com foco em:
- liquidação de pagamentos
- tokenização de ativos
- operações entre instituições
- melhoria da infraestrutura financeira
O que mudou é que o usuário comum dificilmente verá o Drex no bolso tão cedo — e, segundo o BIS, isso se deve ao sucesso avassalador do Pix.
O real digital pode até ganhar novas camadas de uso no futuro, mas, por enquanto, seu papel cotidiano foi neutralizado pelo sistema instantâneo que transformou a forma como o brasileiro paga, recebe e movimenta dinheiro.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
O Pix realmente prejudicou o Drex?
Sim. Segundo o BIS, o Pix tornou desnecessário o uso de uma CBDC para pagamentos no varejo.
O Drex acabou?
Não. O projeto segue ativo, mas focado em operações de atacado, longe do uso cotidiano.
Por que o BC deixou de usar blockchain nos testes?
O BC decidiu simplificar o piloto e focar em funcionalidades mais alinhadas ao mercado institucional.
Outros países precisam mais das CBDCs?
Sim. Em regiões onde transferências são lentas ou caras, a CBDC resolve problemas que o Pix já solucionou no Brasil.
O Pix é mais barato que outras opções?
Muito. Pagamentos para comerciantes no Pix custam, em média, 0,22%, contra 2,1% nos cartões.
O Drex poderá voltar ao varejo no futuro?
Existe essa possibilidade, mas depende de demanda, tecnologia e decisões do BC.









