Os dados mais recentes divulgados pelo IBGE mostram que o desemprego no Brasil voltou a recuar: a taxa no trimestre encerrado em outubro de 2025 caiu para 5,4%, o menor patamar da série histórica. A leitura indica melhora no mercado de trabalho, embora analistas apontem para sinais de desaceleração.
O que dizem os números?
- A taxa de desocupação recuou de 5,6% no trimestre anterior para 5,4%.
- O total de ocupados atingiu 102,5 milhões de pessoas — recorde da série.
- O número absoluto de pessoas desempregadas caiu para 5,910 milhões, o menor contingente desde o início da pesquisa.
- A massa de rendimento real habitual subiu para cerca de R$ 3.528, mostrando melhora no rendimento médio dos trabalhadores.
Por que os dados empolgam — e o que preocupa
A queda da taxa de desemprego e o recorde no número de ocupados refletem recuperação do mercado de trabalho e relativa estabilidade da economia. Muitos trabalhadores voltaram a ter carteira assinada, e a renda média mostra leve alta.
Por outro lado, há indícios de desaceleração. A própria pesquisa aponta que a força de trabalho recuou e que a taxa de participação baixou de 62,2% para 62%. Isso significa que parte da população economicamente ativa pode ter deixado de procurar emprego — o que contribui para reduzir a taxa de desemprego mesmo sem aumento real de vagas.
Especialistas mencionam que o mercado de trabalho pode ter alcançado um “piso cíclico”: ou seja, dificilmente a desocupação cai muito mais, e o próximo passo pode ser estabilidade — ou até leve alta nos índices.
Contexto econômico: juros altos, consumo e inflação
Com a taxa básica de juros elevada, o crédito continua caro — o que limita alguns setores. Mesmo assim, com o emprego estabilizado e renda em alta, a previsão é de que o consumo das famílias sustente uma base de demanda moderada. Esse equilíbrio delicado entre juros, renda e emprego será um dos fatores que definirão a condução da economia nos próximos meses.
Para investidores, isso significa atenção: um mercado de trabalho mais estável tende a moderar riscos, mas a desaceleração pode frear o ritmo de crescimento de empresas ligadas ao consumo e ao crédito — o que influencia desde varejo até renda fixa e investimentos em renda variável.
Conclusão — desemprego bate recorde de baixa, mas mercado mostra sinais mistos
A queda da taxa de desemprego para 5,4% marca um momento positivo para o mercado de trabalho brasileiro. Ainda assim, os dados sugerem que o ritmo de melhora perdeu força, com menor participação na força de trabalho e estabilização na ocupação. O quadro exige atenção: o Brasil pode estar vivendo uma fase de “equilíbrio instável” — com desemprego baixo, mas sem grande dinamismo para gerar novos postos.
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Perguntas frequentes (FAQ)
Qual foi a taxa de desemprego no trimestre até outubro de 2025?
A taxa foi de 5,4%, conforme a última edição da PNAD Contínua do IBGE.
Quantas pessoas estavam desempregadas?
Cerca de 5,910 milhões de pessoas, o menor contingente desde o início da série histórica.
A queda no desemprego significa que o mercado de trabalho está melhorando?
Parcialmente. Há melhora nos indicadores de emprego e rendimento, mas a queda da taxa pode refletir também menor participação no mercado de trabalho — ou seja: menos pessoas buscando emprego.
O rendimento dos trabalhadores aumentou?
Sim. O rendimento real habitual subiu para cerca de R$ 3.528, indicando melhora na renda média.
Há risco de o desemprego subir nos próximos meses?
Sim. Com sinais de desaceleração, especialistas acreditam que a taxa pode se estabilizar ou subir levemente — especialmente se a economia desacelerar.
O que significa “taxa de participação” e por que ela importa?
A taxa de participação mede quantas pessoas em idade de trabalhar estão empregadas ou ativamente procurando emprego. Uma queda nela pode indicar que pessoas desistiram de buscar trabalho, o que torna a queda da taxa de desemprego menos significativa.









