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O mercado brasileiro viveu um dos movimentos mais inesperados de 2025: o forte rali das ações de educação, que recolocou o setor entre as principais apostas dos gestores da XP Asset. A arrancada quase inacreditável da Cogna (COGN3) — que disparou cerca de 300% e se tornou a maior alta do Ibovespa no ano — virou case de referência dentro da gestora.
Segundo Marcos Peixoto, head de renda variável da XP Asset, esse salto não foi obra do acaso. Ele explica que a valorização aconteceu após uma revisão profunda de lucros, que corrigiu um “deslocamento de preço totalmente fora do fundamento”. Em outras palavras: a empresa estava barata demais para a capacidade de geração de caixa que apresentava.
Como a Cogna (COGN3) virou o case do ano?
Peixoto destaca números que chamaram a atenção da XP Asset:
em dezembro passado, a Cogna valia R$ 2 bilhões; agora, deve gerar cerca de R$ 1 bilhão de caixa apenas neste ano.
A gestora iniciou posição com o papel perto de R$ 1, e hoje a ação negocia por volta de R$ 3,80.
Mesmo após a multiplicação, ele afirma que a XP segue comprada, porque “o fundamento melhorou”. A tese envolveu três pilares:
- Revisão de lucro para cima
- Desalavancagem operacional
- Reprecificação acelerada após anos de depressão
O único fator que limitou o tamanho do investimento foi a liquidez: a posição oscilou entre 3% e 6% do fundo, mas foi o maior ganho individual de 2025.
Por que a educação voltou ao radar após quase uma década?
Peixoto revelou que a XP não olhava para o setor desde 2015. Mas a combinação explosiva de múltiplos baixos, redução de dívida e melhora estrutural reacendeu o interesse.
Segundo ele, a gestão não tem preconceitos setoriais:
“A gente está olhando tudo. Gosto de pegar cases fora do radar.”
O setor, que estava esquecido, virou destaque nas discussões do Annual Meeting da XP Asset, em um painel que contou com Peixoto e Fernando Ferreira, head de Research da XP Inc.
Por que utilities perderam espaço enquanto educação disparava?
O movimento também coincidiu com a redução da exposição ao setor de utilities, que já representou 35% da carteira e hoje tem peso bem menor.
Para a XP, os preços ficaram mais ajustados e a assimetria diminuiu — especialmente entre empresas de saneamento.
O gestor define o momento com clareza:
“Era bater morto no começo do ano. Hoje, não.”
Essa rotação faz parte da postura mais tática exigida em 2025, já que setores domésticos sensíveis a juros subiram forte, enquanto commodities enfrentaram um ano mais desafiador.
Um mercado dividido entre juros, commodities e setores domésticos
Peixoto observa que o cenário de 2025 exige uma leitura mais granular:
- Setores ligados à economia doméstica tiveram desempenho explosivo
- Commodities caminham com volatilidade e retornos fracos
- Utilities perderam competitividade
- Educação virou a grande surpresa do ano
A XP Asset vem navegando essas mudanças ajustando pesos, ampliando oportunidades e dando atenção especial a cases que estavam longe dos holofotes.
Conclusão: educação pode continuar brilhando?
Pelos fundamentos apresentados, o setor de educação deixou de ser coadjuvante e voltou ao palco principal do mercado brasileiro. A multiplicação da Cogna (COGN3) simboliza esse novo ciclo de reprecificação, que ainda pode ter espaço para seguir.
Quer continuar acompanhando os setores que mais chamam a atenção dos gestores? Então continue navegando pelo Brasilvest.
Perguntas Frequentes (FAQs)
Por que a Cogna (COGN3) subiu quase 300% em 2025?
Porque houve revisão de lucros, redução de dívida e um forte descompasso entre preço e fundamentos, segundo a XP Asset.
O setor de educação ainda tem potencial?
Sim. Após anos de múltiplos deprimidos, as empresas mostram forte geração de caixa e melhora operacional.
Por que utilities perderam espaço em 2025?
Os preços ficaram ajustados, diminuindo a assimetria que existia no início do ano.
A XP está comprada em Cogna mesmo após a alta?
Sim. A gestora afirma que o fundamento melhorou e ainda vê valor no case.
O movimento das ações de educação é estrutural ou tático?
Para a XP, é um mix: o fundamento melhorou, mas a posição foi limitada por liquidez e volatilidade.
Por que commodities tiveram ano difícil?
Por fatores globais de oferta, demanda e volatilidade, tornando o ambiente menos favorável.









