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Se você acompanha o mercado, já deve ter percebido que a Americanas (AMER3) está vivendo um momento decisivo. Depois do escândalo contábil que abalou a varejista, a empresa finalmente começa a enxergar o fim da supervisão judicial — e não apenas isso: está apostando forte no lado emocional e no poder das lojas físicas para reconquistar o consumidor.
Segundo o CEO Fernando Soares, a companhia está atravessando uma fase de transformação profunda, deixando para trás antigas estruturas e reconstruindo o digital com foco na experiência presencial. O executivo assumiu o comando em agosto e tem conduzido a Americanas rumo a um novo posicionamento, mais humano e próximo do cliente.
Por que a Americanas acredita tanto na sua virada agora?
Mesmo enfrentando um trimestre de resultados pressionados — com lucro líquido caindo 96,4% e grande retração no digital — Soares destaca que esses números apenas refletem o fim de efeitos contábeis não recorrentes, e não um enfraquecimento real do negócio.
A empresa está reestruturando totalmente o modelo digital. O antigo sistema baseado em 1P e 3P deixou de existir. Agora, tudo parte da loja física.
Segundo ele, “o digital foi reconstruído a partir das lojas”, reforçando que a integração virou prioridade. E isso tem dado sinais claros: enquanto o GMV digital caiu, o GMV físico permaneceu estável, mostrando que o cliente ainda responde bem ao contato presencial.
O que está acontecendo dentro das lojas?
A varejista passou a observar com mais precisão a métrica de Same Store Sales, que cresceu 10% no acumulado do ano e 6,5% no trimestre — números considerados fortes em um cenário de varejo desafiador.
Além disso, a empresa iniciou uma otimização completa do parque de lojas, analisando aberturas, fechamentos e a reorganização dos pontos.
A estratégia é clara: transformar a loja em um ambiente de conexão, cuidado e fluxo constante. Afinal, quase 50 milhões de pessoas passam pelas unidades da Americanas todos os anos.
Cliente A: o programa que promete mudar o relacionamento com o consumidor
Para reforçar esse vínculo, a Americanas lançou o Cliente A, seu novo programa de fidelidade. Ele funciona com acúmulo de pontos e benefícios personalizados — uma forma de equilibrar o desafio entre físico e digital e melhorar a rentabilidade.
Segundo Soares, “a loja física é o centro da estratégia, e o consumidor é onde vamos concentrar todos os nossos esforços”. A ideia é usar a força histórica da marca para construir uma nova jornada e não apenas uma experiência de compra tradicional.
Selic alta: como a empresa pretende lidar com o impacto no consumo?
Com a taxa básica de juros em 15% ao ano, o comportamento do comprador muda — e a Americanas sabe disso. Por isso, a companhia vem reforçando a inteligência promocional, os benefícios do cartão de crédito e o programa de fidelidade como forma de aliviar a pressão sobre o bolso do cliente.
Em outras palavras, a varejista trabalha apenas com o que está sob seu controle, mantendo foco total na eficiência e atração do consumidor.
A supervisão judicial está realmente perto do fim?
Tudo indica que sim.
A CFO Camille Faria revelou que os processos competitivos previstos no plano de recuperação judicial estão avançando rapidamente. A venda da Uni.co já foi encaminhada após proposta da BandUP!, e o processo da Hortifruti Natural da Terra (HNT) deve ser concluído até o fim do ano.
Quando isso acontecer, a Americanas pedirá ao juiz a suspensão da supervisão judicial já em fevereiro de 2026.
A executiva é direta: não há razão para que isso não ocorra.
E a imagem da Americanas após o escândalo?
Ao contrário do que muitos imaginam, a empresa garante que não está tentando “limpar” a imagem. Soares afirma que o foco está no que realmente importa: a conexão emocional com o consumidor.
Segundo pesquisas internas, 94% dos clientes afirmaram não ter abandonado a marca após o escândalo — ou seja, o vínculo permanece.
A varejista agora quer reforçar um sortimento que converse com o cotidiano da família, da casa e do cuidado pessoal, aproximando a marca de um lado mais humano e emocional.
Conclusão: uma virada possível — e mais próxima do que o mercado imagina
A Americanas (AMER3) ainda enfrenta desafios, mas sua estratégia está clara: reconstrução do digital, fortalecimento das lojas físicas, emocional como diferencial e foco absoluto no cliente. Com avanços no plano judicial e uma reorganização profunda em andamento, o horizonte realmente parece mais claro.
Se quiser acompanhar outras análises e movimentos importantes do mercado, continue navegando pelo Brasilvest.
Perguntas Frequentes (FAQs)
A Americanas está perto de sair da recuperação judicial?
Sim. Com a venda de ativos avançando, a empresa deve pedir o fim da supervisão judicial em fevereiro de 2026.
Por que a empresa está apostando tanto nas lojas físicas?
Porque o fluxo de clientes permanece forte e a integração entre físico e digital é vista como essencial para a nova estratégia.
O programa Cliente A realmente traz benefícios?
Sim. Ele oferece pontos, vantagens e descontos personalizados, fortalecendo a fidelização do consumidor.
O digital da Americanas acabou?
Não. Ele está sendo reconstruído com base na experiência das lojas, em um modelo mais integrado e eficiente.
A imagem da empresa ainda está abalada?
Segundo pesquisas internas, 94% dos clientes permaneceram com a marca, mostrando forte conexão emocional.
A alta da Selic impacta a empresa?
Sim, afeta o consumo, mas a Americanas tenta compensar com promoções, cartão de crédito e benefícios no programa de fidelidade.









