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segunda-feira, dezembro 29, 2025
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Ibovespa rompe 160 mil pontos e anima o mercado: o que está por trás da euforia e até onde o índice pode ir

O Ibovespa começou dezembro provando que 2025 ainda não acabou para o mercado. Pela primeira vez na história, o principal índice da Bolsa brasileira ultrapassou os 160 mil pontos, marcando um novo capítulo de confiança dos investidores — tanto aqui quanto no exterior.

Por volta das 11h10 desta terça-feira (02), o Ibovespa subia 1,15%, alcançando 160.430 pontos e consolidando mais um avanço dentro de uma tendência firme de alta que já se estende ao longo do ano.

A pergunta que fica é: o que explica esse clima tão positivo? E mais importante: até onde o índice pode chegar?

O clima é de otimismo — e política monetária segue no centro do debate

A reta final do ano coloca todos os holofotes sobre as decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos. O Federal Reserve está em período de silêncio antes da sua próxima reunião, marcada para a próxima quarta-feira. No mesmo dia, o mercado também acompanhará a decisão do Copom, que segue com a Selic em 15% ao ano e é esperado para iniciar cortes apenas em 2026.

Analistas reforçam que o bom humor vem, em parte, das expectativas de queda dos juros norte-americanos ainda em dezembro e da percepção de que o ciclo de alívio monetário brasileiro está próximo.

Mas não é só isso. O mercado também reage ao cenário político.

Segundo levantamento da AtlasIntel/Bloomberg, a desaprovação ao governo Lula voltou a superar a aprovação, reduzindo receios de reeleição e trazendo alívio ao mercado, que vê um ambiente mais favorável a mudanças fiscais.

Cenário externo ajuda a empurrar o índice para novas máximas

O movimento de alta do Ibovespa também é sustentado pelo viés positivo das Bolsas internacionais. Mesmo com tensões geopolíticas — como o encontro em Moscou entre Vladimir Putin e o enviado dos EUA, Steve Witkoff —, investidores seguem otimistas com uma possível trégua diplomática que pode reduzir parte da aversão ao risco.

Os mercados globais estão operando alinhados a uma tese de aterrissagem suave (soft landing) da economia americana, que também beneficia emergentes como o Brasil.

Indústria brasileira decepciona, mas não freia a Bolsa

Os dados do IBGE, também divulgados nesta terça-feira, mostraram que a produção industrial subiu apenas 0,1% em outubro, abaixo da expectativa de alta de 0,4%. O número reforça que a atividade segue fraca, em um ambiente ainda marcado por juros altos e demanda moderada.

Mesmo assim, o mercado parece disposto a olhar adiante — especialmente para o ciclo de cortes da Selic, que deve ganhar força apenas no ano que vem.

Para onde o Ibovespa pode ir agora? Os bancos respondem

A euforia não é sem fundamento. Diversas casas de análise revisaram para cima suas projeções para o Ibovespa em 2026 — e algumas delas são extremamente otimistas.

Veja o que cada uma projeta:

  • Itaú BBA: tendência de alta com alvos entre 165 mil e 180 mil pontos
  • Ágora Investimentos: vê continuidade do movimento positivo após ajuste recente
  • Bradesco BBI: destaca valuation atrativo e dividend yield robusto de 5,6% em 2026
  • XP Investimentos: revisou sua projeção de 170 mil para 185 mil pontos
  • BofA: aposta em 180 mil pontos para o fim de 2026
  • Morgan Stanley: é o mais otimista, projetando o Ibovespa em 200 mil pontos no fim do próximo ano

Para o Morgan, o Brasil pode se tornar um dos destaques globais de 2026, com forte crescimento de lucros (+7% em 2026 e +19% em 2027) e múltiplos ainda descontados.

Por que o mercado está tão confiante?

Os analistas citam três pilares principais:

  • Juros altos, mas com espaço claro para queda em 2026
  • Valuation atrativo, com múltiplos comprimidos
  • Dividend yield estimado em 5,6%, garantindo boa remuneração ao investidor enquanto aguarda a Selic cair

E há um dado histórico importante: em janelas de 12 meses após o início de ciclos de cortes de juros, o Ibovespa costuma subir mais de 20%, reforçando a narrativa de que o “próximo movimento” pode destravar valor significativo.

Conclusão: Ibovespa pode ter espaço para muito mais — e 2026 já está no radar

Com recordes sucessivos, clima externo favorável e expectativas positivas para juros, o Ibovespa inicia dezembro em um dos momentos mais fortes da sua história. As projeções acima de 180 mil — e até 200 mil pontos — mostram que o mercado acredita que ainda há espaço para mais valorização.

Para acompanhar outras análises e movimentos importantes do mercado financeiro, continue navegando pelo Brasilvest.

Perguntas Frequentes (FAQs)

Por que o Ibovespa ultrapassou 160 mil pontos?

O avanço ocorre por expectativas de queda de juros, forte fluxo estrangeiro e otimismo com o cenário político e externo.

O ciclo de cortes da Selic começa quando?

O mercado aposta em início em março de 2026, embora haja quem veja chance de corte já em janeiro.

A produção industrial fraca pode atrapalhar a Bolsa?

No curto prazo, não. O mercado está focado na expectativa de queda dos juros, que costuma impulsionar ações.

Qual banco tem a projeção mais otimista para o Ibovespa?

O Morgan Stanley, que projeta o índice a 200 mil pontos no fim de 2026.

O cenário político influencia a Bolsa?

Sim. A queda de popularidade do governo reduz riscos percebidos e melhora o humor dos investidores.

O valuation da Bolsa ainda é atrativo?

Sim. O Ibovespa negocia a múltiplos baixos e tem dividend yield robusto, acima de 5%.

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