A Polícia Federal deu mais um passo importante nas investigações sobre o Banco Master, de Daniel Vorcaro. Durante uma ação de busca e apreensão em sua casa no Lago Sul, em Brasília, agentes encontraram extratos de fundos administrados pela Reag, gestora investigada na Operação Carbono Oculto por suspeitas de envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro — alguns deles associados a integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).
As descobertas reforçam as conexões financeiras entre a gestora e o Master, ampliando o escopo da investigação. Os papéis estavam no escritório do empresário e passaram a integrar o material analisado no inquérito.
O que exatamente a PF encontrou na casa de Vorcaro?
Os agentes localizaram:
- Extratos de fundos da Reag, com movimentações financeiras
- Documentos ligados ao BRB, incluindo negociações de carteiras de crédito
- Pasta da Câmara dos Deputados com documentos de transação imobiliária envolvendo o deputado João Carlos Bacelar (PL-BA)
- Papéis relacionados a operações internacionais feitas em nome de terceiros
Todo o material foi apreendido por ser considerado potencialmente relevante para o avanço das investigações.
Por que os fundos da Reag entraram no radar da PF?
A celebração de negócios entre um fundo gerido pela Reag e o Banco Master já havia sido admitida publicamente pela própria gestora quando a Operação Carbono Oculto foi deflagrada.
Na etapa atual, a PF suspeita que alguns desses fundos possam ter sido usados para:
- Desviar recursos do Banco Master
- Simular operações financeiras
- Ocultar dinheiro por meio de fundos de investimento
A hipótese central é que esses instrumentos financeiros poderiam ter servido como mecanismos de lavagem.
O que a Reag diz sobre isso?
A gestora foi categórica ao negar qualquer irregularidade. Em nota, reforçou que seus fundos são “produtos regulados e auditados” e que não há nos autos nenhuma ligação com o PCC.
A empresa ainda afirmou:
- Não é alvo da Operação Compliance Zero
- Não tem relação com os fatos envolvendo o Banco Master
- Seus produtos seguem as regras da CVM e do Banco Central
- Vem colaborando integralmente com as autoridades desde o início das investigações
Qual é o foco principal da PF neste momento?
O alvo mais sensível é a transação entre o Banco Master e o Banco de Brasília (BRB).
Os investigadores suspeitam que o BRB tenha pagado R$ 12 bilhões ao Master por carteiras de consignado consideradas falsas, supostamente como forma de ajudar financeiramente a instituição comandada por Vorcaro.
Os documentos encontrados na casa do empresário incluem um Memorando de Entendimentos entre as duas instituições, detalhando negociações sobre:
- Compra e venda de carteiras de crédito
- Transferência de tecnologia
- Estrutura de parceria comercial
Esse material pode ser decisivo para comprovar eventual fraude.
Quem mais aparece no material apreendido?
Além da Reag e do BRB, a PF também recolheu:
- Documentos ligados a transações imobiliárias envolvendo o deputado João Carlos Bacelar
- Informações sobre possíveis operações em nome de terceiros
A PF agora tenta entender qual a relação dessas pessoas com o esquema.
Vorcaro está preso?
O empresário chegou a ser detido no dia da operação, acusado de tentar deixar o país.
No entanto, foi solto dias depois, por decisão da desembargadora Solange Salgado, do TRF-1.
As investigações seguem em andamento.
Conclusão
A apreensão de extratos financeiros e documentos estratégicos na casa de Daniel Vorcaro adiciona novas camadas às investigações sobre o Banco Master, o BRB e os fundos administrados pela Reag. A PF agora tenta rastrear possíveis vínculos, fluxos de dinheiro e articulações que possam comprovar mecanismos de fraude e lavagem.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
Por que a PF apreendeu documentos da Reag na casa de Vorcaro?
Porque os extratos podem ajudar a esclarecer possíveis operações de desvio e lavagem envolvendo fundos usados pelo Banco Master.
A Reag é alvo da investigação?
Segundo a própria gestora, não. Ela afirma que não é investigada na Operação Compliance Zero e que seus fundos são regulados e auditados.
O BRB tem ligação com o caso?
Sim. A PF apura se o BRB pagou R$ 12 bilhões por carteiras de consignado consideradas falsas, beneficiando o Banco Master.
Por que havia documentos ligados ao deputado João Carlos Bacelar?
A PF encontrou uma pasta contendo documentos de uma transação imobiliária envolvendo o parlamentar, que ainda será investigada.
Vorcaro está preso atualmente?
Não. Ele foi solto por decisão judicial após sua prisão na deflagração da operação.
O que a PF investiga no exterior?
Documentos em nome de terceiros foram apreendidos e a PF busca compreender a relação dessas operações com Vorcaro.









