5 C
Nova Iorque
32.1 C
São Paulo
segunda-feira, dezembro 29, 2025
spot_img

Novo PL Antifacção prevê penas duríssimas e R$ 30 bilhões por ano para enfrentar o crime organizado

O Senado entrou em clima de tensão com a apresentação do novo parecer do senador Alessandro Vieira (MDB-SE) sobre o PL Antifacção, proposta que endurece drasticamente as regras contra facções e milícias no Brasil. O texto, apresentado na CCJ, traz mudanças profundas: cria novos tipos penais, amplia penas, inclui líderes de facções em regime mais rígido e estabelece um mecanismo de arrecadação capaz de gerar até R$ 30 bilhões por ano para combater o crime organizado.

A proposta também retira trechos considerados inconstitucionais e reorganiza o projeto enviado ao Congresso pelo governo Lula (PT), que havia sido modificado pela Câmara e gerado disputa política intensa nos últimos meses.

O que muda com o novo crime de facção criminosa?

O projeto cria oficialmente o tipo penal de facção criminosa dentro da Lei de Organizações Criminosas. Ele passa a classificar grupos que controlam territórios, atuam de forma interestadual ou utilizam violência, coação ou ameaça para manter suas atividades.

Nesse cenário, a pena para quem promove, financia, constitui ou integra uma facção vai de 15 a 30 anos, sem direito a anistia, graça, indulto, fiança ou livramento condicional.

Penas que podem chegar a 120 anos

O texto também cria a categoria de facção criminosa qualificada, destinada a integrantes que exercem papel de liderança. Para esses casos, as penas são dobradas e podem atingir até 120 anos, somando-se todas as circunstâncias agravantes.

Segundo Vieira, esse é um dos pontos mais importantes da proposta, pois mira diretamente no comando das organizações.

Milícias passam a ter o mesmo peso legal das facções

O texto equipara milícias privadas às facções criminosas, ampliando o alcance das punições e fechando brechas legais. Com isso, crimes cometidos por milicianos passam a seguir o mesmo rigor de enquadramento.

Onde entrarão os R$ 30 bilhões?

Um dos pontos mais comentados é a criação de uma nova parcela dentro do Fundo Nacional de Segurança Pública, dedicada exclusivamente às ações contra o crime organizado.

Para abastecer esse fundo, o projeto cria a Cide-Bets, um tributo que incidirá sobre empresas de apostas esportivas. Estimativas apresentadas pelo Banco Central indicam arrecadação de até R$ 30 bilhões por ano, um volume de recursos sem precedentes para segurança pública.

Esse dinheiro poderá financiar:

  • Construção e ampliação de presídios
  • Modernização de equipamentos para inteligência policial
  • Fortalecimento das Ficcos (forças integradas de combate ao crime organizado)
  • Investimentos em tecnologia, monitoramento e operações especiais

O texto proíbe que o dinheiro seja usado para pagar pessoal ativo ou inativo, exceto despesas transitórias, como diárias e passagens de operações integradas.

Novas regras para investigação e punição

O projeto ainda traz outras mudanças relevantes:

  • Favorecimento a facção ou milícia vira crime com pena de 8 a 15 anos
  • Progressão de regime pode exigir até 85% da pena para reincidentes em crimes hediondos com resultado morte
  • Infiltração de policiais ou colaboradores volta a ser permitida em investigações
  • RIFs do Coaf poderão ser requisitados diretamente por policiais e membros do MP
  • Apreensão e perda de bens passa a ser permitida mesmo sem condenação penal definitiva
  • Audiência de custódia por videoconferência vira regra preferencial

O senador também suprimiu trechos considerados inconstitucionais, como restrições a auxílio-reclusão e direitos políticos de presos.

Disputa política continua acirrada

Na Câmara, o projeto gerou embates intensos. Governistas criticaram pontos da versão de Guilherme Derrite (PP-SP), afirmando que favorecia organizações criminosas. Já oposicionistas celebraram a aprovação, dizendo responder à demanda social por mais segurança.

O governo federal, por sua vez, avaliou positivamente as mudanças feitas por Vieira no Senado, principalmente a integração das regras à Lei de Organizações Criminosas e o fortalecimento da cooperação contra milícias.

Conclusão: projeto pode mudar o combate ao crime no Brasil

Se aprovado, o PL Antifacção marca uma das maiores reformas de segurança pública das últimas décadas. Com penas mais duras, novos mecanismos de investigação e uma fonte bilionária de financiamento, o texto pretende atingir diretamente a espinha dorsal das facções e milícias.

Para acompanhar os próximos desdobramentos do PL Antifacção e entender como ele pode afetar o país, continue navegando pelo Brasilvest.

Perguntas Frequentes (FAQs)

O que é o PL Antifacção?

É um projeto de lei que cria novos crimes, aumenta penas e estabelece mecanismos de financiamento para combater facções e milícias no Brasil.

Por que as penas podem chegar a 120 anos?

Porque o texto dobra a punição para líderes de facção criminosa qualificada, somando todas as circunstâncias agravantes previstas.

O que é a Cide-Bets?

É uma contribuição aplicada sobre empresas de apostas esportivas, destinada exclusivamente ao combate ao crime organizado.

Milícias também serão enquadradas?

Sim. Milícias passam a ser tratadas legalmente como facções criminosas, sem distinções no enquadramento penal.

Para onde irá o dinheiro dos R$ 30 bilhões?

Para ações de inteligência, presídios, operações integradas e modernização de equipamentos e sistemas de segurança.

spot_img

Artigos Relacionados

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Fique Conectado
20,145FãsCurtir
51,215SeguidoresSeguir
23,456InscritosInscrever
Publicidadespot_img

Veja também

Brasilvest
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.