O dólar passou o dia em queda e voltou a se aproximar do patamar de R$ 5,30 nesta quarta-feira, acompanhando o movimento global de enfraquecimento da moeda americana. A queda, segundo analistas, foi impulsionada principalmente pela aposta crescente de corte de juros nos Estados Unidos, cenário que reduz a atratividade do dólar e fortalece divisas de países emergentes, como o Brasil.
No fechamento, o dólar à vista caiu 0,31%, cotado a R$ 5,3136, acumulando queda de 14,01% no ano. No mercado futuro, o contrato para janeiro recuou 0,34%, negociado a R$ 5,3445 na B3.
Os preços chegaram a oscilar abaixo de R$ 5,30 durante a tarde, atingindo mínima de R$ 5,2988, antes de voltarem levemente acima do nível psicológico.
O que pressionou o dólar para baixo hoje?
A queda da moeda refletiu uma combinação de fatores ligados aos Estados Unidos:
- Perspectiva de corte de juros pelo Federal Reserve
- Indícios de que o próximo presidente do Fed terá perfil mais brando (dovish)
- Dados econômicos fracos, reforçando a tese de afrouxamento monetário
O relatório da ADP, divulgado pela manhã, mostrou o fechamento de 32 mil vagas no setor privado americano em novembro — um número muito pior do que a projeção de criação de 10 mil postos. Esse enfraquecimento acendeu novamente a expectativa de que o Fed poderá cortar juros já na próxima semana.
Além disso, declarações recentes de Donald Trump indicam que o substituto de Jerome Powell será anunciado no início de 2026. O favorito, segundo a imprensa, é Kevin Hassett, assessor da Casa Branca e conhecido por seu perfil dovish. A possível troca reforça a tese de juros mais baixos nos EUA, o que derruba o dólar globalmente.
E o que aconteceu no mercado brasileiro?
A leitura para o Brasil foi imediata: com menor remuneração nos EUA, investidores voltam a buscar ativos de maior risco, especialmente em economias emergentes. O dólar, portanto, perde força.
Outro ponto que ajudou na queda foi uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou ter avançado nas negociações com Trump sobre a retirada de tarifas aplicadas a produtos brasileiros — um fator que vinha estressando o câmbio nos últimos meses.
Pela manhã, o Banco Central realizou leilão de 50 mil contratos de swap cambial, rolando o vencimento de 2 de janeiro. Mais tarde, divulgou fluxo cambial negativo de US$ 7,115 bilhões em novembro, mostrando saída líquida de dólares no mês.
No exterior, o índice do dólar (DXY), que mede a força da moeda americana frente a seis divisas, caiu 0,44%, reforçando o movimento de desvalorização global.
Conclusão: dólar pode continuar caindo?
Com o mercado precificando cortes de juros nos EUA e com sinais de melhora nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, o real segue favorecido no curto prazo. Porém, especialistas alertam: oscilações podem continuar e dependem diretamente das decisões do Federal Reserve e de confirmações sobre o nome que comandará o banco central americano.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
Por que o dólar caiu hoje?
Principalmente pela expectativa de corte de juros nos EUA e pela possível escolha de um presidente do Fed com perfil mais brando.
Qual foi a cotação do dólar no fechamento?
O dólar à vista fechou a R$ 5,3136, queda de 0,31%.
Os juros nos EUA podem cair na próxima semana?
Sim. Dados fracos do mercado de trabalho aumentaram a probabilidade de corte já na próxima reunião.
Interferências políticas influenciaram o câmbio?
Sim. A fala de Lula sobre possível retirada de tarifas pelos EUA ajudou a reduzir tensões no câmbio.
O BC atuou no mercado hoje?
Sim. O Banco Central vendeu 50 mil contratos de swap cambial para rolagem do vencimento de 2 de janeiro.









