A audiência que pode definir os rumos do caso Luigi Mangione, acusado de assassinar o CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, tomou conta do tribunal desde segunda-feira (1º). Cercado por apoiadores vestidos de verde — cor que se tornou símbolo do grupo que o idolatra — Mangione tenta anular provas-chave que o ligam ao crime ocorrido em dezembro de 2024, em Manhattan.
A defesa sustenta que direitos constitucionais foram violados quando o réu foi identificado e detido dentro de um McDonald’s em Altoona, Pensilvânia. Eles afirmam que a polícia revistou sua mochila sem mandado e colheu declarações ilegais, o que, segundo os advogados, invalida provas essenciais.
Mangione responde por homicídio em segundo grau, crime que pode resultar em prisão perpétua, além de sete acusações de porte ilegal de arma e uma de uso de identificação falsa. Ele nega todas as acusações.
Tribunal lotado e clima de comoção
Dentro e fora da Corte, dezenas de apoiadores se reuniram para acompanhar o caso. Alguns estavam fantasiados de Luigi, personagem do universo Mario Bros, que se tornou o mascote não oficial dos defensores do réu. Vans exibiam mensagens de apoio e estatísticas do sistema de saúde americano, usado pelos simpatizantes como argumento político.
A mobilização reflete o status de “herói” atribuído a Mangione por parte do público, que vê nele uma representação da revolta contra o sistema privado de seguros de saúde nos EUA.
Defesa tenta eliminar provas decisivas
Os advogados afirmam que policiais:
- abordaram Mangione sem justificativa legal
- revistaram sua mochila sem mandado
- coletaram evidências sem respeitar o direito ao silêncio
Na mochila, segundo os agentes, havia:
- uma arma compatível com os cartuchos encontrados na cena do assassinato
- um silenciador
- um caderno vermelho com escritos pessoais
- um diário com supostos planos de assassinato
- um chip de computador, pen drives e um iPhone
A defesa também quer impedir que esses escritos sejam mencionados pelas testemunhas da acusação.
Os promotores argumentam que nada foi feito de maneira ilegal e que Mangione forneceu informações espontaneamente, inclusive sobre possuir uma pistola impressa em 3D — afirmação contestada pela defesa.
Como foi a prisão
O policial Joseph Detwiler, responsável pela abordagem, disse que reconheceu Mangione imediatamente pelas imagens divulgadas nos dias anteriores. Para mantê-lo calmo, inventou que o McDonald’s chamava a polícia quando clientes permaneciam por muito tempo no local.
Mangione forneceu nome e identidade falsos, que foram rapidamente identificados como fraudulentos. Após mais policiais chegarem, ele finalmente deu seu nome real e foi algemado e informado de seus direitos.
As câmeras corporais mostram que a polícia conversou por mais de 30 minutos com o suspeito antes da prisão, o que gera debate sobre se houve ou não interrogatório irregular.
Desdobramentos do caso
Mangione está detido em regime federal no Brooklyn. Ele também é alvo de um processo federal separado, no qual promotores pretendem pedir pena de morte — ainda sem data de julgamento. Em setembro, acusações de terrorismo foram descartadas.
Ainda não há calendário definido para os julgamentos estadual e federal.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
O que a defesa de Luigi Mangione quer anular?
As provas retiradas da mochila, as declarações feitas na prisão e qualquer uso dos escritos pessoais encontrados.
Por que ele virou símbolo para algumas pessoas?
Mangione é visto por parte do público como representante da indignação contra o sistema privado de saúde nos EUA.
Quais crimes ele enfrenta?
Homicídio em segundo grau, sete acusações de porte ilegal de arma e uma por identidade falsa.
Ele pode pegar prisão perpétua?
Sim. A acusação de homicídio em segundo grau pode levar à prisão perpétua.
Existem outros processos contra ele?
Sim. Ele responde a um processo federal em que promotores planejam pedir pena de morte.
Quando será o julgamento?
Ainda não há datas definidas para os julgamentos estadual ou federal.









